sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Quem tem ética?

sexta é dia de... crônica. Um bom teste para aferirmos nossa ética. Não dói nada.

Quem tem Ética?


Volto ao meu prazeroso ofício das sextas-feiras, após pausa necessária e revitalizante, que é de escrever a quem goste de ler opiniões formuladas nos intervalos das ocupações diárias ou mesmo em mesas de botecos. O que me provoca desta feita são as notícias, cada vez mais freqüentes, de escândalos políticos e principalmente o mau uso da palavra ética. Aliás, essa palavra, a danada da ética, tem sido utilizada de forma corriqueira e cotidiana como um elixir para os problemas brasileiros. Mas será que entendemos o que seja ética? Vamos recorrer ao pai dos burros para melhor elucidação: “parte prática da filosofia social, que indica as normas a que devem ajustar-se as relações entre os diversos membros da sociedade”. Resumindo é o conjunto de procedimentos acordados para convivência em sociedade. Ou seja, se a sociedade acordar que roubo é uma coisa correta, então roubar será considerado dentro da ética. Correto? Mas não vamos partir para o absurdo, já que na maioria das sociedades civilizadas, o roubo não é considerado uma arte lícita. Vamos partir para o cerne da questão: Você, que está me lendo agora, se considera ético? Trinta segundos para pensar... acabou. Então vamos a um questionário básico para aferir sua resposta. Mas antes, vamos estabelecer as regras, ok? Não existe tamanho de coisas erradas. Errado é errado, seja roubar uma galinha ou assassinar uma pessoa. Cada “sim” respondido valem 10 pontos e cada “não” valem 0 pontos. Estabelecido? Então vamos ao nosso questionário:

Responda sim ou não de maneira sincera (afinal, só você está lendo)

1)   Você já prevaricou com dinheiro público igual, aparentemente, alguns políticos andam fazendo? (considere nessa pergunta sonegação de impostos de qualquer natureza, principalmente mentir para o leão e aquisições de mercadorias sem nota fiscal).

2)   Você já se apossou de algo que não lhe pertencia? (considere nessa pergunta a aquisição de CDs e/ou DVDs pirata e downloads de músicas e/ou filmes sem autorização).

3)   Você já infringiu alguma lei deliberadamente? (considere nessa pergunta atravessar o sinal fechado porque esta com pressa, estacionar em local proibido porque não achou outro lugar e conversar ao celular no volante porque o assunto é extremamente importante).

4)   Você já prejudicou alguém em detrimento próprio? (considere nessa pergunta as desculpas fantasiosas para faltar ao trabalho e a confecção de carteira de estudante fria).

Pronto! Não doeu nada né? Agora some os pontos. Se sua pontuação ficou entre 0 e 9 pontos, parabéns, você definitivamente é uma pessoa ética. Agora se você ficou no intervalo entre 10 e 40, sinto muito, mas está precisando melhorar.
    
         Aí com certeza você deve estar se perguntando: “então quer dizer que a ética é uma utopia?”. No meu entendimento, não. Mas, utópica sim, é a maneira pela qual estamos tentando alcançá-la. Sempre vendo a deficiência do outro. Não conseguiremos uma sociedade ética somente apontando o dedo para nossos infratores e crucificando-os, como se fossemos julgadores sem vícios. Isso não quer dizer que os culpados não devam ser punidos. Longe de mim suscitar um Estado Anárquico. Mas devemos principalmente apontar o dedo para nós mesmos e nos perguntarmos: “De que forma darei minha contribuição para fortalecer a ética em minha sociedade?”. Aprendendo a lidar com nossas próprias deficiências, a mudança com certeza acontecerá. Não nos esquecendo que de forma lenta e gradual. Assim sendo, nos tornaremos exemplos e poderemos almejar que nossos filhos sejam seres melhores. Pensemos?



Guilherme Augusto Santana
Goiânia, 19/08/2011

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

a volta do que não foi

Caros leitores
Posto agora um caso verídico. Pode não parecer, mas acreditem, aconteceu mesmo e quem padeceu foi esse que vos escreve.
É um pouco antigo mas tenho certeza de que irão gostar.


 
A VOLTA DO QUE NÃO FOI

Acordei esta manhã sentindo o friozinho da capital argentina. Debaixo do edredom procurava me situar e reconhecer o quarto do hotel. Apalpando a cama senti o contato de duas pessoas. Abri lentamente os olhos e vi a pequena Helena e minha esposa. Devo estar sonhando... ainda não acordei direito. Mas a cama do hotel se parecia muito com a minha e o edredom também e a minha filha também e a minha esposa também! Na televisão passava Bom Dia Brasil. Mas será que em Buenos Aires passa Bom Dia Brasil? Não, né sua anta! Abrindo um parêntese. Só vou narrar essa história por dois motivos. Primeiro para evitar ter que contar esses fatos mil vezes e segundo por que vai que a Denise Fraga acha interessante e eu acabo aparecendo no Retrato Falado do Fantástico?! Fechando o parêntese. Eu realmente não estava em Buenos Aires. Estava assistindo Bom Dia Brasil na minha cama.

        Tudo começou na manhã anterior quando eu tinha que embarcar para a capital argentina. Ia visitar Buenos Aires pela primeira vez. A trabalho. Você deve estar se perguntando: “Trabalho?! Conta essa para outro!”. Foi isso que me disseram todos os meus familiares e amigos. E ainda tinha aquela brincadeirinha com a esposa: “tem mulher que é cega. Marido viajando para a Argentina a trabalho?!”. Pensa numa mulher brava? Mas a realidade era essa mesma. Ia à capital portenha para visitar uma fábrica de fornos crematórios. Você deve estar se perguntando também: “Forno crematório?!”. Pois é. Para aqueles que desconhecem, trabalho na área de cemitérios e crematórios. Ia ser com certeza um programão. De índio. Mas arrumei um companheiro de viagem. Meu sócio que começou a incrementar o programa. Descobriu uma série de lojas para comprarmos, descobriu que eles devolviam parte dos impostos pagos antes de embarcar de volta para o Brasil, descobriu que o Boca ia fazer a final do campeonato argentino com o Vélez no dia da nossa chegada... ou seja, transformou nossa viagem de negócios em uma viagem de turismo. Nada mais interessante. Bom, voltemos a nossa manhã do embarque. De súbito me bateu um estalo de que não estava portando minha carteira de identidade. Sabia por fontes fidedignas que só se entrava na Argentina portando a carteira de identidade ou o passaporte. Uma ressalva: carteira de identidade com foto recente. Não vale aquelas com foto dos anos 70. Passei correndo no escritório e peguei minha identidade e ainda pensei com meus botões: “ainda bem que me deu esse estalo. Vai que eu descubro que esqueci a carteira na hora de desembarcar na Argentina?! Não ia me perdoar”. Cheguei a passar a mão no passaporte, mas como estava vencido havia dois anos, resolvi não levá-lo (mais para frente conto mais da novela do passaporte). Coloquei tudo na carteira e segui para embarque no Aeroporto Santa Genoveva, Goiânia. Check list. Documentos ok. Malas ok. Vouchers ok. Dólares ok. Cartão de crédito ok. Portunhol ok. Pronto. Na sala de embarque encontro com um amigo de longas datas. Lembrei-me que havia encontrado-o uma semana antes, na sede da Polícia Federal para renovar o passaporte. Ficamos horas aguardando o atendimento e participando da confusão armada na sede da polícia, mas por fim desisti do passaporte. Estava demorando muito. E para que né? Na Argentina eles deixam entrar com a carteira de identidade. Renovo outro dia. Por desencargo de consciência perguntei ao amigo, antes de embarcarmos para Brasília, se ele havia conseguido renovar seu passaporte. De pronto ele me respondeu: “Rapaz, dez minutos depois que você saiu eles me chamaram e já estou com o documento na mão.” Na hora me senti meio desafortunado, mas logo passou. Vou assistir Vélez e Boca hoje. Tudo certo. Embarcamos para a capital federal. Eu e meu sócio e companheiro de viagem. Trecho rápido. No máximo uma balinha de caramelo para não dizer que não serviram nada.

        Aterrados no Aeroporto Presidente JK, fomos direto para o Free Shop. Ver os preços, claro! Perfumes, roupas e eletrônicos. Anotamos os preços para compararmos com os da Argentina. Burra cheia de dólares separados por dono. Encomendas mil. Parecia que estava indo para Miami. Tomar um cafezinho. Espera. Chamaram para o embarque. Na nossa frente na fila, uma sul-africana nos perguntava sobre a proibição de levar líquidos nos vôos, e nós arranhávamos o inglês para tentar explicar que o único líquido que estávamos levando era nossa saliva ávida por um bife de chorizo. Chegou a nossa vez de passar pela agente da Polícia Federal. Ela olhou o documento do meu sócio. Foto antiga. Comentou. Deixou passar. Ele seguiu para a máquina de raios-X. Ela olhou o meu documento. Estava aberto na lateral com a plastificação comprometida. . Explicou-me que na Argentina esse documento poderia ser rejeitado. Passaporte? Não. Aconselhou: “vai até o piso de baixo e plastifica novamente”. 30 minutos para o embarque. Tempo de sobra. Meu sócio não viu que eu não havia passado pelo embarque. Corri as escadas até o guichê da plastificação. Cheguei. 25 minutos para o embarque. Duas pessoas na minha frente. Queriam chaves para o malex. “Vamos gente!”. Foram colocar as malas no armário. Voltaram. 20 minutos para o embarque. Com a chave do malex na mão uma senhora oriental perguntava um monte de coisas e o atendente por detrás do vidro respondia outras diferentes das que ela havia perguntado. Servi de intérprete. Ela não falava chinês ou japonês, mas o vidro atrapalhava a comunicação. 15 minutos para o embarque. Chegou minha vez. “É plastificação?” pergunta o atendente. Sim, respondo pensando que me orgulhava de nunca ter perdido um vôo na vida. “Precisa esquentar a máquina” responde o atendente que nunca deve ter viajado de avião. 10 minutos para o embarque. Já paguei adiantado para evitar mais demora. Recorta o plástico. Aquela paciência dele estava me matando. Coloca o documento na máquina. A partir desse momento eu não me responsabilizo pelo tempo decorrido, pois alguns segundos pareceram horas. Lentamente a máquina quente foi engolindo minha identidade e a transformando em um pedaço de papel misturado com plástico completamente desfigurado. Nesse instante senti uma vontade de quebrar o vidro do guichê e enfiar a mão na máquina para tentar salvar o que restava da minha adorada identidade. 5 minutos para o embarque. Não deu. A expressão do atendente ao olhar a tragédia resumiu a ópera. “faço isso há 10 anos e nunca me aconteceu coisa parecida”. Fiz uma conta rápida. 30 plastificações por dia, 30 dias no mês, 12 meses no ano, 10 anos. 108.000 plastificações. E isso tinha que acontecer logo com a minha? Passei a acreditar em Murphy. O atendente imediatamente tirou uma chave de fenda minúscula de dentro da gaveta. Sabe aquelas que vêm em kit de montagem de bicicleta? Aí me disse naquela rapidez: “vou tentar tirar seu documento”. Nesta hora eu já estava agachado no chão do guichê com as mãos no rosto e segurando para não chorar. Zero minuto para o embarque. Nesse instante me ocorreu outro estalo (esses estalos estavam começando a me irritar). O meu companheiro de viagem! Preciso avisá-lo. Tentei o celular. Caixa de mensagem (odeio caixa de mensagens). Ele me liga: “cadê você? A porta do avião está fechando.”. A única coisa que consegui dizer foi que não havia conseguido embarcar por causa da identidade e que quando chegasse à Argentina entraria em contato com ele. A aeromoça deve ter ordenado que ele desligasse o celular e as explicações ficaram para mais tarde. Ocorreu-me outro estalo (passei a odiar estalos). A minha bagagem! Preciso retirar do avião. Outro estalo. Os comprovantes das bagagens estão comigo! Corre até o embarque. A agente da Polícia Federal me pergunta sobressaltada sobre meu paradeiro e diz que havia segurado o avião por minha causa. Conto a ela sobre a identidade. Ela exclama: “mentira!”. Eu iria ouvir isso pelo menos umas 30 vezes nesse mesmo dia. Falo das bagagens. Fala no rádio. Tira as bagagens do passageiro que não vai embarcar. Mas o avião está taxiando. Segura o avião. Tira as bagagens. Que alívio. Chegam as bagagens ao local de embarque. A essa altura metade dos funcionários do embarque estavam a nossa volta procurando participar da história. Avisto as malas. Duas. Duas? Mas eu só estava levando uma! A mala do meu sócio! Meu Deus! Lei de Murphy. Ao fazer o check in em Goiânia a atendente da companhia aérea colocou as duas malas no meu nome. E agora? Expliquei a situação. O avião já saiu. Outro estalo. Será que não consigo embarcar ainda hoje para Buenos Aires? A esperança é a última que morre. Aí levo a bagagem do companheiro e ainda consigo tomar um belo vinho na capital portenha. Corre. No guichê de plastificações para reaver o que sobrou da minha identidade. O atendente quando me vê fala sorridente: “consegui recuperar sua carteira.”. A esperança volta. “só que ficou um pouco danificada. A data de expedição, por exemplo, não se consegue ler. Aqui também rasgou um pouquinho.”. Logo me veio a cena na mente da detenção na Argentina por tentativa de entrar no país com documento falsificado. Morre a esperança. Outro estalo. Vou até a Polícia Civil e registro uma ocorrência. Vou até a Polícia Federal e peço emissão de um passaporte emergencial. Embarco hoje. Chego em Buenos Aires as 3 da matina. Hora de chegada é o que menos interessa nessa hora. Esperança ressuscitou. Corri. Polícia Federal. “só conversando com o delegado.”. Espera. Com um tiro certeiro o delegado acabou de matar a minha esperança. “Sinto muito, mas seu caso não é de emissão de passaporte de emergência, afinal você está em solo brasileiro.”. Enterrei a esperança. Escutei o tango da despedida. Hora do óbito: 11horas da manhã. Causa mortis: maquina de plastificação.

        Nessas horas você tem que controlar os pensamentos porque senão eles fazem uma verdadeira rebelião em sua mente. Coloquei todos para dentro de suas celas e comecei a estabelecer meu raciocínio para saber o que fazer. Primeiro despachar a coitada da mala do meu ex-companheiro de viagem que nada tinha a ver com o pepino. A bagagem chegaria a Buenos Aires às 3:00 horas da manhã. Fazer o que? Ele teria que comprar uma escova de dente por lá. Liguei para minha esposa. Minha irmã atendeu. “Já chegou?” Só consegui dizer que estava retornando para Goiânia. “Mentira!?” ela disse. Conversei com minha esposa e expliquei mais ou menos o que havia ocorrido. Não queria falar muito. Estava me sentindo igual Tom Hanks no filme “O Terminal”. Vôo para Goiânia só às 18:00 horas. Fazer o que? Examinei as possibilidades de voltar mais cedo. De ônibus, carona, a pé... Estalo! Lembrei-me que meu tio vinha à Brasília toda semana a trabalho. Ligo e peço carona. Resolvido. Liguei. “Tio, onde você está?”. “Estou voltando para Goiânia” ele disse. Que sorte a minha! “onde precisamente?”. “Passando por Abadiânia” ele respondeu. Para quem desconhece o trajeto Brasília/Goiânia, Abadiânia está na metade do caminho. “uai, então boa viagem” foi o que dei conta de responder. Tom Hanks voltou. Os pensamentos saíram de suas celas e queriam gastar todos os dólares em compras caras de aeroporto (único lugar em que um café custa R$ 5,00). Mas logo contive a rebelião e parti para uma aventura reparadora. Fui almoçar um belo bacalhau na brasa às margens do Lago Paranoá. Merecia. Pelo menos isso. Confesso que aquele bacalhau em outras oportunidades teria sido um “must”, mas daquela vez tinha gosto de carne argentina. Voltei ao aeroporto. Toma café. Um milk shake de ovomaltine. Compra uma lembrança para a Helena. Um livro. E o tempo não passa. Mando mensagem para a minha agente de turismo. Ela liga. Eu conto. Ela diz: “mentira!”. Peço que já vá olhando um reembolso do pacote. Pensa se a companhia vai devolver alguma coisa!? Meu sócio liga de Porto Alegre. Conexão. Explico o que aconteceu. “Mentira!”. Explico da bagagem. Explico sobre a carteira de identidade recente (a foto da dele era preto e branco). Ele se apavora. “E agora?”. “Já que você está no caminho, tenta entrar. Se não der, volta.”. Conselho bom né? Desliga o celular. Na mente passam todas as possibilidades de ter evitado aquele erro. Revive-se todos os momentos que culminaram naquela viagem frustrada. Aprende-se lições.

        Na hora do embarque para Goiânia encontro novamente aquele amigo meu do passaporte, lembram? Pois é. Ele tinha passaporte e nem precisou. Rapaz de sorte. Quando ele olha o monitor de vôos, vê que nosso vôo para Goiânia estava com status de cancelado. Comenta comigo: “Que azar o meu. Antecipei meu vôo para Goiânia para poder coincidir o encontro com o vôo dos meus pais que esta voltando da Europa e o vôo foi cancelado?! Muito azar!”. Contei a ele meu infortúnio. Ele achou que o meu azar era muito maior. Reconsiderou sua fala. O vôo foi confirmado para o horário previsto. Deve ter sido gozação do destino, mas como eu já estava anestesiado ele deve ter resolvido parar com a brincadeira. No fundo eu já havia escolhido quais cadeiras do aeroporto iria dormir naquela noite. Noite de Tom Hanks. Embarquei. Balinha de caramelo. Gosto de cerveja portenha. Desembarque em Goiânia. Encontro a esposa. Casa de mamãe. A família reunida para uma rodada de pizza e para gozar da cara do palhaço Tom. Pizza com gosto de costela argentina. Conto todos os detalhes. “Mentira!”. Redistribuo os dólares das encomendas. Mostro minha identidade de Franckstein. Tento falar com meu sócio pelo celular. Nada. Parece que os celulares não funcionam na Argentina. Não sei se ele chegou, se ele voltou, se ele foi ao jogo, ou se ele está passando sua noite de Tom Hanks. Acaba a noite. Cama. A minha. (meu sócio me contou na volta da viagem que a bagagem só foi entregue no outro dia à noite e que ele passou muito frio, ocasionando uma alergia de pele. A propósito ele não foi ao jogo.)

        Ainda estou debaixo do edredom na manhã fria de Goiânia tentando entender o que ocorreu. A frase que mais escutei depois de “mentira!”, foi “Não era para você estar naquele vôo”. Mas penso que isso não se justifica. Penso que se tivesse me atentado aos detalhes estaria na Argentina e o meu destino não estaria modificado por esse fato. Mas nesse momento estou em casa. Melhor ainda. Passo a mão pela cama novamente e sinto Helena e Ana Cristina. Penso na felicidade de estar perto delas e chego a conclusão que voltar para casa é sempre bom. Mesmo que se esteja voltando de onde não se foi.     
            

Guilherme Augusto Santana
Goiânia, 10/05/2007