sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

para o alto e avante

somente reflexões de um pai a espera da entrega do boletim dos filhos.




Para o alto e avante

 

            Chega o final de ano e com ele alguns eventos endêmicos. Daqueles que acontecem preferencialmente no mês de dezembro. Tipo confraternização, amigo secreto, show do Roberto Carlos e entrega de boletim de menino. Posso dissertar sobre os quatro temas com a maior facilidade, mas nenhum me provoca mais reflexão do que o último. Apesar de que o show do Rei sempre provoca muita reflexão. Mas, voltando ao assunto, estava eu hoje, junto com uma centena de pais, recebendo as notas de fim de ano dos filhos. É nesse momento que a porca torce o rabo. Culmina todo um ano de trabalho pedagógico. Desnudam-se as capacidades e deficiências desses pequenos seres, que aos olhos dos pais parecem perfeitos. Tá não exageremos... têm algumas deficiências, mas só nós podemos aponta-las. Como alguém se atreve a fazê-lo?! Respira. É nesse momento de reflexão, sentado aguardando ser chamado para falar com a professora, ou mesmo sentado diante dela, que divaguei. O que é educar um filho. Quais as responsabilidades de um ser imperfeito, no caso eu, em educar outro ser. O quanto da felicidade daquele pequeno ser depende desse ser que vos fala. O quanto do sucesso dele depende do que eu puder transmitir. O quanto eu só queria que eles fossem felizes. O quanto eu queria que tivesse um comprimido da boa educação (quem inventar fica rico). Há quem diga que educar filhos atualmente é mais complexo. Que o mundo é mais complexo. Que os perigos são maiores. Não sei se devo concordar. Seria como afirmar que Pelé foi o melhor jogador de todos os tempos sem vê-lo jogar no nosso tempo. Será que ele hoje, faria o mesmo sucesso? Penso que a análise não pode ir por esse caminho. Cada época tem sua complexidade e o homem evolui conforme a necessidade. Partindo desse princípio penso que meus avós foram criados com tanta complexidade quanto eu fui criado e meus filhos estão sendo. Se hoje nós temos a internet a atormentar a cabeça dos pais, outrora tivemos a ideologia política, o movimento hippie, os cabeludos Beatles, as grandes guerras e Caim. Há outros ainda que digam o contrario. Criar filhos nos tempos atuais é muito mais simples. Jogam grande facilidade na tecnologia e no conhecimento avançado. Mas esquecem-se esses, que assim como os pais tem acesso à informação, os filhos também o têm. Então continuamos empatados. Alias, os educadores tem que correr muito mais para não ficar para trás diante da fome de conhecimento desses meninos. Crianças que hoje são educadas e no futuro educarão. Terão também essa missão árdua e ao mesmo tempo gratificante. Quais serão as dificuldades pelas quais eles passarão quando chegar seu tempo? Só o tempo dirá. Hoje de manhã, na entrega dos boletins, recebi mais notícias boas do que ruins. Isso mostra que o caminho é árduo mas parece certo. Como recompensa sairei mais cedo do trabalho e assistirei a um filme com eles. Com direito a pipoca e refrigerante. Qual o filme escolhido? Levarei a primeira versão de Superman de 1978. Por incrível que pareça eles gostam de filmes da época de seus pais. E eu gosto de ver as carinhas deles achando tudo engraçado. Porque os tempos podem ser distintos, mas o afeto os une.

 

 
 

 

Guilherme Augusto Santana

Goiânia, 13/12/13