sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Sininho e a síndrome de Peter Pan

Sininho, Peter Pan e Black Blocs



Sininho e a síndrome de Peter Pan

 

           

 

            Não tem como deixar de escrever sobre a morte do cinegrafista atingido por um rojão essa semana. Top dez nos meios de comunicação do país e fora dele. Mas não se preocupem os leitores que não farei apologia à liberdade de imprensa e nem ao absurdo do vandalismo black blocs. Quero abordar um lado diferente.

Sem sombra de dúvidas os protestos ocorridos no ano de 2013 e que se estendem por 2014 são representação fidedigna da insatisfação da população para com seus governantes. E diria até com mais profundidade, uma insatisfação consigo mesma, visto que os governantes representam e são oriundos da mesma população. Mas esse é um tema que pode ser tratado em outra ocasião com mais propriedade. Sem sombra de dúvidas também, os protestos denotam a reação que há muito estava adormecida. Anestesiada. Hibernada. E ai com toda certeza sabemos que sempre na História desse país, os partidos, agremiações e movimentos ditos de esquerda, se aproveitaram dos protestos para empunhar sua bandeira e gritar suas palavras de ordem contra o capitalismo e coisas afins. Sempre vimos isso. E na maioria das vezes essas infiltrações acabaram em confusão e pancadaria. Quando não ocorreram fatos mais graves como sequestros, assaltos e assassinatos. Mas sempre em nome da liberdade e com o manual de guerrilha de Che debaixo do braço. Quando da época da ditadura militar, esses movimentos eram vistos com mais simpatia pelos mais jovens. As teorias esquerdistas estavam se espalhando pelo mundo e tinham casos de “sucesso” como Cuba, China e a ex U.R.S.S. para embasar a luta. Ainda tínhamos o malvado Tio Sam a ajudar na alimentação do monstro capitalista devorando a pobre classe proletária. Teorias e teorias que foram caindo por terra. Naquela época existia um orgulho velado de ser revolucionário. Mas essa juventude amadureceu. Hoje é a bola da vez do cenário político do país. Guerrilheira que virou Presidente. Sequestrador que virou Ministro. E tantos outros mais que brandiram as bandeiras vermelhas nos tempos de exceção. E como essas pessoas chegaram até o poder? Como conquistaram a aceitação popular? Explodindo bombas em protestos? Sequestrando e matando pessoas em nome da liberdade? Não. Essas pessoas chegaram ao poder se aproximando do centro. Tornando-se mais moderados. Notem que estou defendendo uma tese social e não fazendo juízo de valores sobre a correção dessas pessoas. E a sociedade amadureceu junto com esse processo. Hoje as pessoas querem ter o direito a protestar sem interferência partidária política. E condenam a violência infiltrada nesse direito de protesto. Todos percebemos isso. Não cabe mais em nossa sociedade as barbáries cometidas por ambos os lados nos anos de chumbo. Nós não aceitamos mais isso. Essas atitudes não nos representam. Então quando vejo a atuação dos black blocs tenho a certeza que não são cabeças pensantes. São buchas de canhão insufladas pelos velhos militantes da superada “esquerda revolucionária”. E aí quando vejo essa cidadã apelidada de Sininho e quem supostamente está por trás dela, só consigo pensar que existem pessoas que não conseguem amadurecer. Vivem de passado. Querem continuar a brincar de Peter Pan numa história onde o Capitão Gancho já morreu faz tempo.   

 

 

 

 

Guilherme Augusto Santana

Goiânia, sexta feira 14 de fevereiro de 2014

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

A fuga espetacular

besta somos nós



A Fuga Espetacular

           

Roteiro filme de ação Hollywood

 

Nome: A fuga espetacular

Diretor: José Padilha

Música: Tarantela

 

Sinopse: Ator principal é um executivo bem sucedido de uma grande corporação financeira. Num belo dia algumas atividades ilícitas são descobertas e seu nome é imediatamente arrolado nas acusações. Ele tenta se defender de todas as formas, mas o cerco se fecha muito rapidamente. O caso adquire uma repercussão nacional e sua família e apontada na rua. Surge a ideia de uma fuga espetacular. Mas como evadir da justiça de seu país? Ele lembra então de sua dupla cidadania europeia. Uma parte do problema resolvido. Mas ainda resta a rota da fuga. Seu nome está em todas as listas policiais impedindo seu plano. Num átimo de segundo lembra-se de seu irmão morto há 36 anos. Surge a ideia de falsificar documentos utilizando o irmão. Maninho há de me perdoar. Consegue tirar a carteira de identidade em uma pequena cidade. Não levanta suspeita. O CPF e o título de eleitor são retirados em outra cidade diferente. E o cerco continua se fechando. Aproveitando que portava o título de eleitor do irmão, votou na eleição, afinal era um cidadão convicto de suas obrigações. Ou as obrigações do irmão. O cerco se fecha de vez e a polícia bate a sua porta com o mandado de prisão. Mas ele não iria para cadeia. Não ele um executivo bem sucedido. Começa então a fuga. Consegue sair do país portando os documentos falsos por uma cidade fronteiriça. Sem levantar suspeita. Vai para a capital de um país vizinho ao seu. Janta num belo restaurante onde come um bife de chorizo e toma um Malbec (liberdade poética). Retoma a fuga pegando um voo para uma capital europeia próxima ao seu destino final. Atravessa a fronteira, Deus sabe como, e chega ao país de sua outra cidadania. Esconde-se um tempo esperando abaixar a poeira. Tenta retomar sua vida como produtor de vinho (outra liberdade poética). É preso quando tomava café numa praça qualquer da Europa. E agora? Cena final se fecha deixando uma interrogação.

Deixar o desdobramento para um segundo filme. A negociação espetacular.

 

Sugestões para o roteiro

 

Ator principal: Henrique Pizolatto

País inicial: Brasil

País final: Itália

Países fuga: Argentina e Espanha

Ator principal continuação: Cesare Battisti

Financiamento do filme: Banco do Brasil

Besta: é tu!

 

“qualquer semelhança com fatos reais e mera coincidência”    

 

 

 Guilherme Augusto Santana

Goiânia, 07/02/14