sexta-feira, 18 de março de 2016

Reset


Reset

         

          Sabe quando um aparelho está dando problema ou um computador está lento demais e ligamos na assistência técnica e a primeira coisa que eles nos perguntam é se realizamos o reset? Tipo tirar o plugue da tomada contar até dez (lentamente) e religar? Pois, por incrível que pareça a simplicidade, essa solução consegue resolver a grande maioria dos problemas com eletrônicos. O motivo do porquê isso ocorre eu não saberia explicar. Diríamos que seria quase uma solução mágica. Pois bem. Acho que nosso país estava precisando desse reset. Puxar da tomada e religar. Reestabelecer padrões do fabricante. Retomar programas antes esquecidos ou deletados como o CRESCIMENTO.EXE e o IDH.EXE. Fazer up grade em outros como DEMOCRACIA.EXE e ECONOMIA.EXE. Mas principalmente passar um potente antivírus. Daqueles que protegem máquinas de instituições financeiras. Mas não só para remover arquivos do tipo PRESIDENTE.TXT. Aliás se tirarmos esse arquivo pode ser que aplicativos como PRESIDENCIALISMO.EXE não funcionem. Tá certo que podemos substituir pelo PARLAMENTARISMO.EXE ou até mesmo o ultrapassado MONARQUIA.EXE, mas esse não é o problema. O sistema todo está entrando em colapso. Precisaríamos fazer uma limpeza geral nas principais pastas do sistema. Na raiz do disco rígido. EXECUTIVO.EXE, LEGISLATIVO.EXE, JUDICIÁRIO.EXE,  e porque não CIDADÃO.DOC. Aliás é desse arquivo mãe que todos os outros são gerados. Esse antivírus deveria eliminar também programas nefastos para nossa máquina. CORRUPÇÃO.EXE, INFLAÇÃO.EXE, PEDALADAS.EXE. Instalar aplicativos para melhorar o desempenho como REFORMA_POLÍTICA.EXE, REFORMA_TRIBUTÁRIA.EXE e REFORMA_PREVIDENCIÁRIA.EXE. Se tudo isso rodasse, com certeza teríamos uma máquina de primeiro mundo. Porém como muitos sabem e outros desconfiam, o país não tem botão de reset, e nem mesmo plugue para que possamos puxar da tomada. Seria fácil se fosse assim. Mas não o é, apesar da grande maioria dos usuários acreditarem e cultivarem essa esperança na solução mágica. O que não verdade resolveria todos os problemas de nossa máquina em frangalhos seria um aplicativo simples. EDUCAÇÃO.EXE. Mas não é aquele tipo trial que contém só as matérias básicas. É a versão completa que inclui entre outras coisas arquivos como CONCEITOS.DOC, CIDADANIA.TXT e CARÁTER.JPG. Mas aí vem o grande limitador dessa versão completa. Ela não atua na máquina instantaneamente. Demora um tempo pois vai, arquivo por arquivo, modificando a maneira de atuar de cada um. E os arquivos modificados recebem a missão de serem multiplicadores dessa mudança, que vão atuando em proporção geométrica invadindo o HD, até que tenhamos um país resetado e novamente pronto para uso. Pensemos.   

              

Guilherme Augusto Santana

Goiânia, sexta feira 18 de março de 2016

sexta-feira, 11 de março de 2016

cozinhando com o Coveiro 6 - gourmetizando a goianidade


Cozinhando com o Coveiro 6 – gourmetizando a goianidade

 

         

Sabe quando você tem orgulho de algo e briga até os dentes por ele? Não! Não estou falando de política. Estou falando de origem. Raiz. Pois é com muito orgulho que ostento a bandeira da goianidade. Daquela do pé rachado mesmo. E nada melhor que a comida para expressar a regionalidade de meu apreço. Não se preocupem que não vou falar de pequi e guariroba (que para nós goianos é gueroba). Vou recitar um poema adequado com a contemporaneidade. Pois tomem nota.

Lance mão de frango. Partes de carne macia. Pode utilizar as partes que tem colágeno para dar sustância ao caldo (tipo pé). Se tem que ser caipira? Pode ser, mas demorará bem mais para cozinhar e na receita de hoje ele não é essencial. Tempere os pedaços com alho batido no sal. Acrescente pimenta de cheiro picada bem pequeno. Reserve. Se tiver panela de barro fica supimpa, se não, utilize a convencional. Fundo mais grosso para evitar de queimar. Esquente azeite e frite uma pitada generosa de açafrão da terra. Vai ajudar a dar cor ao frango. Junte o frango e refogue. Abaixe o fogo. Quando for pegando no fundo vá acrescentando só um pouco de água para desgrudar. Continue o processo quase ad eternum. O objetivo é que o frango quase derreta. Enquanto isso você já pediu o cidadão da pamonharia para ralar o milho mole. Não faça com milho de curau que vai ficar fibroso. Tem que ser milho tenro. Ah não tem pamonharia na sua região? Sinto muitíssimo. Terá que comprar o milho e ralar. E não rale sabugo porque amarga. Pois com a massa pronta, separe umas espigas de milho cristal e corte dentro. Vai dar a crocância que os chefes de cozinha tanto adoram. Numa frigideira doure alho batido com sal e uma pimenta de cheiro batida fina. Adicione à massa de milho. Lembre-se de colocar alho com gosto. Ele que dará o tom da sinfonia. Corte cebolinha verde e adicione também. Unte um refratário e despeje a massa. Aí vem uma mágica que vou contar só para vocês. Corte pedaços substanciosos de queijo minas fresco. Aqueles de fazenda mesmo. Afunde na massa. Nem cachorro come. Coloque no forno médio por aproximadamente uma hora. Enquanto isso vá dando o grau do seu frango. Quando os ossos se soltarem, retire-os e continue no processo. O objetivo é que você chegue a um molho com frango desfiado quase derretido. No final do cozimento se quiser um brilho extra adicione uma colher de manteiga de leite. A pamonha tem que ficar dourada por cima para estar no ponto. Se tiver dourador no forno pode utilizar para formar mais fácil aquela casquinha superior. Estando tudo pronto espere uns minutos para a pamonha de forno estabilizar e corte um pedaço generoso. Se o aroma estiver insuportável e não tiver como esperar, pode cortar a pamonha quente mesmo. Mas vai esborrachar. Coloque ao lado dela uma concha de frango derretido ao molho. Acrescente algumas pimentas biquinho para dar cor e sabor. Abra uma cerveja Lion Fish Weiss e reze. Reze para chover na hora que for comer (ajuda com o calor), reze pelo Mestre Cervejeiro que fez aquela mágica com as leveduras da cerveja e reze pela memória dos pioneiros goianos que desbravaram o sertão e deixaram esse legado delicioso para nosso deleite. Amem.   

 

 

 

Guilherme Augusto Santana

Goiânia, sexta feira 11 de março de 2016


 

 

Quer ver a cara do prato goiano harmonizando com a Lion Fish Weiss?