Top
Five
Se
tem uma coisa que eu gosto de ler são as famigeradas listas dos melhores. Se
tem a palavra “top” eu já corro para discordar. Isso mesmo. Discordar. Porque
as listas só têm duas características definitivas: Tentar simplificar algo mais
complexo e causarem divergências. Mesmo assim, ciente do risco do clichê, irei
empreender nessa seara. Hoje farei uma crônica com as cinco reformas que
entendo serem essenciais ao nosso país. Segue o top five!
Five: Reforma Trabalhista !
Não vou aqui citar datas das leis
trabalhistas e nem entrar na esfera jurídica. Vou me ater ao custo que um
trabalhador chega ao final do mês. É exorbitante. O que se recolhe de taxas,
contribuições, impostos, auxílios e outros penduricalhos, chegam a custar quase
o dobro do que se paga diretamente ao empregado. E pior, a maioria desse
recurso simplesmente se esvai pelas frestas dos cofres públicos. Ou ainda pior,
são utilizados em segmentos que em nada se relacionam com os trabalhadores.
Tudo reflexo do nosso Estado paternalista que se arvora em “defesa” do elo mais
fraco em detrimento do “bandido” capitalista. Ao final todos pagam a conta. Os
empregados e os empregadores.
Four: Reforma
Previdenciária !
Sabe pirâmide financeira?
Aquela que os primeiros a entrar se dão bem e os últimos se f...? Pois é bem
isso que se tornou nossa previdência. Não só porque o modelo se tornou obsoleto
para a realidade que estamos vivendo no país hoje. Não. Mas muito por conta dos
milhares de beneficiários que se penduraram nas tetas da previdência sem ter
contribuído com um tostão. Não que essas pessoas, muitas carentes, não mereçam
auxílio do Estado. Não de novo. Mas isso deveria entrar na conta da assistência
social e não na da previdência.
Three: Reforma
Tributária !
Todas as variações da letra
“i” existem na legislação tributária brasileira. A análise combinatória não
consegue mais resolver caso seja criado novo imposto. Já partiram inclusive
para as alternativas taxas e contribuições. E, como no caso dos custos
trabalhistas, não sabemos para que canto vai o dinheiro. Tem recurso dividido
entre União, Estados, Municípios e corruptos. Não nessa mesma ordem. Pasmem que
a figura mais importante dentro de uma empresa hoje é o contador e sua equipe,
pois o trabalho de geração e recolhimento desse caminhão de impostos é
hercúleo. Precisamos de simplificação e desoneração tributária para ontem. Quem
paga a conta eu não preciso nem dizer né?
Two: Reforma
Política !
O mesmo tanto que tem de “i” no campo
impostos, encontramos de “p” no campo político. Com certeza devemos estar no
Guinness Book como país que tem a maior quantidade de partidos políticos da
galáxia. E o pior de tudo é que a grande maioria não realiza o que lhe é de
dever. Ficam orbitando em torno dos grandes partidos em busca de migalhas de
poder numa relação simbiótica onde todos saem ganhando menos o eleitor
brasileiro. Vivemos num hiato de regime igual pizza de domingo. Meio
Presidencialista e meio Parlamentarista. Ao final não sentimos o gosto bom de
nenhum dos dois sabores e amargamos com a confusão institucional.
One: Reforma
Cultural !
Vou chamar assim, mas na verdade deveria se
chamar Reforma Pessoal. Porque essa tem que ser individual. Essa tem que
reformar os conceitos morais do cidadão brasileiro sendo plasmado
posteriormente na ética do trato com o semelhante. Resumindo: os nossos
representantes não vieram de Marte e sim de dentro da nossa própria sociedade.
Não adianta jogar a culpa do Estado, governantes, políticos, etc. sendo que
fomos nós que os colocamos lá para nos representar. Se eles não têm ética e
decência, com certeza a sociedade que os elevou aqueles cargos também não o
tem. Necessitamos urgente de uma reforma nos conceitos, princípios e valores
morais. E isso não se faz através de votação, emenda parlamentar ou projeto de
lei. Se faz no interno de cada ser. E sem essa reforma não teremos nenhuma das
outras citadas acima. Afinal não podemos colher morangos se plantamos abacaxi.
Discorda?
Então faça sua própria lista. Adoraria lê-la.
Guilherme
Augusto Santana
Goiânia, sexta feira 04 de agosto de 2017
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