segue uma opinião pessoal sobre a diferença entre perseverança e obstinação.
espero que gostem, concordando ou não
Túlio Agonia?
O tema da crônica de hoje é baseado em uma notícia que escutei essa semana. Não passaria de um fato cotidiano do nosso meio esportivo se não beirasse a insanidade. Trata-se da transferência do jogador Túlio Maravilha para um time de futebol. Mas o que tem de novo ai? Digo. Ele sai do poderoso CSE de Alagoas (nada contra o time e nem contra a bela Alagoas) e vai para o Tanabi de São Paulo (o corretor ortográfico do Word sublinhou a palavra de vermelho. Sinal de que ele não a conhece). O que tem de estranho nisso? O Tanabi Futebol Clube é da 4ª divisão do campeonato paulista! Digamos que a próxima fase seria voltar às categorias de base do futebol. Tipo tampinhas ou mirim. E vamos mais longe. Sabe qual o prazo do contrato do jogador? Tipo assim: até o final do campeonato, um ano, seis meses... Nada disso! O contrato tem prazo de validade de 8 gols. Inédito no Brasil. Pelo menos eu nunca tinha visto isso. A questão por trás do fato é que o jogador quer chegar ao seu milésimo gol, e pelas contas do mesmo restariam 15 (fonte: DataTulio). Aí chegamos ao ponto nevrálgico da questão. Até que ponto podemos chegar para realizar um sonho? Existe limite para alcançar um objetivo? Quando o nosso esforço passa de saudável para doentio?
Antes de mais nada quero deixar bem claro que não tenho nada contra o Túlio, pelo contrário. Como torcedor do Vila Nova tenho um imenso carinho por sua dedicação ao Tigrão da Vila. Trouxe muitas alegrias à torcida colorada assim como trouxe as mesmas alegrias a torcida esmeraldina do Goiás Esporte Clube (torcida menor que a do Tigrão, diga-se de passagem). Talvez aí esteja o grande segredo de Túlio. Ter jogado por equipes arque rivais e mesmo assim ainda ser amado por ambas. O artilheiro cativante com os pés e com as palavras ficou marcado pela artilharia e pelos comentários inteligentes e marqueteiros. Teve uma carreira de elite com passagem por times estrangeiros e pela Seleção Brasileira, com vários campeonatos estaduais por diversos estados diferentes e um Campeonato Brasileiro pelo Botafogo do Rio. Talvez aí resida o olho do furacão. Será que com todo esse currículo de campeonatos e títulos importantes, já não estava na hora do artilheiro pendurar as chuteiras? Essa busca desenfreada pelo milésimo gol não poderá lhe causar uma mácula profissional irreparável?
Como eu não tenho nada a ver com a vida e os anseios do jogador limitarei a dar minha opinião sobre as atitudes. Colocando o exemplo dele como um aprendizado que podemos concordar ou discordar. Eu entendo que devemos entender a hora de parar. Que devemos saber quando um esforço de conquista está ficando caro perto do objetivo almejado. Se isso é fácil? Nem um pouco. Principalmente para aquelas pessoas ditas obstinadas. O que pode parecer para muitos uma qualidade (perseverança), pode se tornar uma grande deficiência (obstinação). Essa deficiência cega e ensurdece o indivíduo. Como achar o caminho do equilíbrio? Eis aí uma questão delicada. Mas acho que a opinião de quem está ao nosso lado e principalmente das pessoas que nos amam deve servir de balizador para nosso caminho. Quantas vezes não escutamos de nossas mães para não fazermos algo? E geralmente a teimosia gerava consequências danosas. Outra chave é dar ouvidos à sensibilidade e tentar enxergar a razão do fato. Quando uma pessoa caminha sem escutar seu lado sensível e avistar a razão ao fim do caminho, acaba por esbarrar em pedras que poderiam ser percebidas com maior facilidade. Penso que esse seja um bom caminho a se trilhar. No mais escutei várias vezes e nesse caso concordo com aquela velha frase: “Pelé e que soube a hora de pendurar as chuteiras. No auge.” Talvez por isso tenha sido único mesmo sem ser uma unanimidade.
Guilherme Augusto Santana
#OCoveiro
Goiânia, sexta feira 13 de abril de 2012
...e disse um velho sábio de uma mais velha civilização chinesa: "As grandes obras são executadas, não pela força, mas pela perseverança." (autor desconhecido e doido)
ResponderExcluirSou, também, torcedor do Vila, publicitário, brasileiro, casado, trabalhador, cabeça-dura, empresário-obstinado... (phoda!)... rs Tudo com bom humor e, dia-a-dia, minha esperança morre às 20h e renasce às 6h doutro dia renovada. Sds,