sexta-feira, 31 de agosto de 2012

sobre educação

educar filhos: um desafio constante


Sobre educação

 

Já diria o ditado mais que popular, que de boas intenções o inferno está cheio. A maioria dos grandes erros da humanidade iniciaram-se com as ditas boas intenções. E penso que transladando para o mundo da educação infantil podemos cair na mesma vertente. Por que digo isso? Por que como pais e educadores, estamos sempre na linha tênue entre acertar e errar quando educamos nossos filhos. Não existe receita de bolo no processo educacional e não passamos de experimentadores a testar nossa capacidade de transferir conhecimentos e conceitos. E muitas das vezes, nem dominamos e muito menos temos pacificado dentro de nós os tais conhecimentos e conceitos que tentamos legar. Ossos do ofício dos educadores. Por que estou falando isso? Logo explico.

Helena, minha filha mais velha está na fase de entender o valor financeiro das coisas e consequentemente criando fascinação pelo dinheiro, o que é muito característico dessa fase. Eis que algumas semanas atrás ela manifestou o desejo de adquirir um brinquedo. O pai recusou. Não por falta de dinheiro, mas por entender que a mocinha merecia um freio em seu ímpeto consumista (que aliás, é uma coisa extremamente difícil de combater nos dias de hoje). Não satisfeita ela decidiu que ganharia seu próprio dinheiro para satisfazer a vontade do mimo. Nessa hora sua direção educacional muda por completo. Passa-se de “não incentivador do consumismo” para incentivador do “vire-se” como forma de crescimento individual. Pois bem. Mas o que vender? Entra nesse ponto o imediatismo das crianças que querem ver seus problemas resolvidos instantaneamente. Quando ela percebe que não será fácil, lança-se aos prantos. Outra reação típica. Acalma-se. Aí vem uma manifestação muito característica dela. Desenha com letras recortadas a frase: “Helena quer vender”. O pai acha engraçadinho e posta na rede social. As pessoas se comovem. O que aquela menina queria vender? Porque estava chorando? Coitadinha! Mostro a ela as manifestações. Ela delira. Aí o pai dá a ideia: Porque você não faz desenhos exclusivos e vende para as pessoas? Se tivesse uma máquina fotográfica para poder captar o brilho no olho da criança... Colocamos a ideia em pratica. Rede social e esperamos. Logo surgem as primeiras encomendas. Ela rapidamente se lança aos lápis de cor. Esmera-se. Colore. Posto os desenhos. Ela quer saber quais foram os comentários. Ela não quer dormir. Quer fazer logo todas as encomendas. Quer saber detalhes das pessoas que pediram os desenhos para ser bem personalista. Dá gosto ver a maneira com que ela plasma sua alegria na folha de papel. Parece tudo perfeito né? Mas não é. E o que isso tem de risco? Logo explico.

Parei para refletir sobre o ato. Pontos positivos e negativos. O que provocou essa minha parada para reflexão foi a ansiedade dela em saber o que as pessoas tinham comentado sobre seus desenhos. As dúvidas começam a pulular na mente do pai educador. Não estaria a pequena mente em formação preocupada demais com opiniões instantâneas? A não confirmação das expectativas não poderia causar uma frustração irreversível? Ou a frustração faz parte do processo de crescimento? Em qual proporção? O imediatismo das redes sociais não traz uma dificuldade de fixação dos conceitos permanentes? A exposição excessiva não traria uma certeza infantil de supervalorização de suas habilidades? Para variar não sei responder todas as perguntas. Deixo para vocês tentarem fazê-lo. O que me alenta depois de tantas perguntas foi lembrar de uma passagem da minha infância. Quando criança e adolescente trabalhei (durante as férias escolares) em uma loja de canetas que pertencia à família no centro da cidade. Foram momentos de aprendizado intenso. Convivência com conceitos que moldaram meu caráter e minha maneira de enxergar as convivências humanas. Aprendi a tomar gosto pelo comércio e entendi que o “não” faz parte do seu crescimento pessoal. Assim como o “sim”, logicamente que o primeiro de maneira muito mais dolorosa. Penso que nos dias atuais os conceitos não mudaram muito, com exceção da velocidade de informações. Por isso fiquei mais tranquilo. Movimentar a mente de nossas crianças no sentido de lhes disponibilizar crescimento é fundamental. Logicamente que com responsabilidade e discernimento dos conceitos. Esse é o desafio.       

                       

 

 

Guilherme Augusto Santana

Goiânia, sexta feira 31 de agosto de 2012

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

O que diria Nelson

E ai? O que diria Nelson?



O que diria Nelson

 

Essa semana, mais precisamente ontem dia 23 de agosto, comemoraria 100 anos de nascimento, se vivo estivesse, o impagável Nelson Rodrigues. Recifense de nascimento e carioca de paixão foi considerado por muitos o maior dramaturgo brasileiro. Talvez não seja essa a unanimidade em sua vida, e sim sua irreverência e acidez politicamente incorretas. Autor de diversas peças, crônicas e contos, Nelson tentou de uma forma freudiana colocar toda a culpa das mazelas da sociedade brasileira no sexo. E sejamos francos quanto ao ineditismo de abordagens de temas como incesto, homossexualismo e adultério. Peças como “Vestido de noiva” e “O beijo no asfalto”, contos como “A dama do lotação” e “A vida como ela é” imortalizaram o escritor e o colocaram no rol dos mais lidos da literatura brasileira. Fanático torcedor do Fluminense estendeu suas talentosas mãos para a crônica esportiva e junto com seu irmão Mário Filho fez história nos ritos da grande paixão nacional. Além de todo talento controverso para a literatura e a polêmica, Nelson é conhecido como um dos maiores frasistas do país, tendo destilado sua acidez para todo canto possível e imaginado. Lendo sua biografia, descobri que no dia do seu falecimento ele havia acertado os 13 pontos da loteria esportiva (sem saber do fato visto que faleceu pela manha e o resultado da loteria só saiu à tarde) e pensei numa frase célebre proferida por ele: “Deus está nas coincidências.”. Pensando nisso resolvi fazer uma homenagem ao mestre da dramaturgia, propondo um exercício no mínimo interessante. Caso Nelson Rodrigues estivesse vivo, que frases ele diria para algumas personalidades nacionais e internacionais? Senão vejamos.

 

Diria para Maria da Penha:

“Nem todas as mulheres gostam de apanhar, só as normais. As neuróticas reagem.”

 

Diria para o Papa Bento XVI:

“Não se apresse em perdoar. A misericórdia também corrompe.”

 

Diria para Sandy:

“O pudor é a mais afrodisíaca das virtudes.”

 

Diria para os brasileiros favoritos que sucumbiram nas Olimpíadas de Londres:

“O brasileiro não está preparado para ser o maior do mundo em coisa nenhuma. Ser o maior do mundo em qualquer coisa, mesmo em cuspe à distância, implica uma grave, pesada e sufocante responsabilidade.”

 

Diria para o físico Stephen Wawking:

“Qualquer individuo é mais importante do que a Via Láctea”

 

Diria para o Cadinho da novela Avenida Brasil:

“Os homens mentiriam menos se as mulheres fizessem menos perguntas.”

 

Diria para Mônica Lewinsky:

“Sem paixão não dá nem para chupar um picolé.”

 

Diria para Hugo Chaves:

“Se os fatos são contra mim, pior para os fatos.”

 

Diria para todos das redes sociais que cultuam a sexta feira:

“Sexta feira é o dia em que a virtude prevarica.”

 

Diria para Gretchen:

“Qualquer um de nós já amou errado, já odiou errado.”

 

Diria para o Tiririca:

“Não reparem que eu misture os tratamentos de “tu” e “você”. Não acredito em brasileiro sem erros de concordância.”

 

Diria para Gisele Bundchen:

“Toda mulher bonita, é namorada lésbica de si mesma.”

 

Diria para  Adriano O Imperador:

“O Flamengo tem mais torcida, o Fluminense tem mais gente.”

 

Diria aos coveiros:

“A morte é um grande despertar.”

 

Diria ao Lula:

“O Presidente que deixa o poder passa a ser, automaticamente, um chato.”

 

Diria de si mesmo:

“Chegou às redações a notícia da minha morte. E os bons colegas trataram de fazer a notícia. Se é verdade o que disseram de mim os necrólogos, com a generosa abundância de todos os necrólogos, sou de fato um bom sujeito.”

 

                       

 

 

Guilherme Augusto Santana

Goiânia, sexta feira 24 de agosto de 2012

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Ser Pai também é...

Amigos leitores

Depois da poesia vem a conta.

Uma visão bem real sobre os ônus de ser pai



Ser Pai também é...



            Muitos dos leitores devem ser lembrar que a crônica da semana passada foi sobre o dia dos pais. Reeditei um semi poema dedicado a minha primeira filha por ocasião do seu nascimento. Ali ficaram escancaradas as sensações, descobertas e alegrias de um pai de primeira viagem embarcando na nave do amor incondicional. Muitos acharam lindo e poético. Eu também! Mas agora vamos bater uma real? Vamos ao lado “obrigações” do ser pai? Espero que estejam preparados, porque não vai ser nada poético dessa vez. Então aqueles que estão em dúvida sobre ter filhos, aconselho que abandonem o texto nesse momento. Não me responsabilizo por traumas de leitura.

           

            A frase “todos veem a cachaça que eu bebo, mas poucos veem os tombos que levo” seria cômica se não fosse trágica. E real. Educar filhos é uma arte no mínimo espinhosa. Delicada. Afinal estamos lidando com mentes em formação. Aí muitos poderiam supor que isso denotasse fragilidade e inocência. Ledo engano. Por estarem em formação, essas pequenas mentes ainda não distinguem bem o certo do errado e muitas vezes erram querendo acertar e acertam querendo errar. E os pais (sempre me colocando no meio destes) com seus conceitos bem definidos, não conseguem assimilar esse método infantil de erro e acerto. É fácil de entender. Mirem no exemplo. Você sabe qual cor é o azul. Eu sei também. Aprendi isso e a informação faz parte do meu conceito. Vamos lá. A criança não sabe o que é azul. Aí se você pergunta para ela onde está o azul e ela aponta o amarelo, é como se acendesse uma luz vermelha no seu cérebro. Você explica que aquele que ela apontou é o amarelo e aponta novamente o azul como a resposta certa. Pergunta de novo qual é o azul. Ela aponta para o verde. Nesse ponto o pai descobre que a repetição dos conceitos faz parte da fixação dos mesmos. Porém a paciência é inversamente proporcional ao número de vezes que você repete qual é o azul. Funciona assim. Minha filha mais velha tem me dito com frequência que não tem paciência para fazer suas tarefas de casa, e eu me pergunto: Será que eu tenho paciência suficiente para ensiná-la a ter paciência? Ou será que ela aprende melhor a ter paciência, detectando a paciência nos atos de seu pai? Seria a famosa educação por exemplos. Outro aspecto interessante que temos que lidar na educação de filhos é a firmeza de nossa postura e o valor da palavra. Essa semana estava eu, pai avulso (esposa tinha viajado), com os dois pequenos em uma feira que acontece no meu condomínio uma vez por semana. Procuro estabelecer as regras para esses eventos antecipadamente com os meninos. Tipo: primeira coisa que fazemos ao chegar é cumprimentar todo mundo da mesa e depois escolher algo para comer e depois ir brincar. Coisas desse tipo. Eis que a primeira regra estabelecida foi: Não teremos sobremesa hoje. Vocês estão comendo doce demais a noite. Ok? O mais novo pergunta: “papai, vou pedir um pastel de banana com canela. Pode?”. “Pastel de banana com canela é doce (pelo menos no meu conceito). Então não pode. Peça um de queijo.”. Sai um menino para cada lado e num átimo de segundo o que foi pedir o pastel volta. Sem o pastel e mastigando alguma coisa. Senti o cheiro de doce. Tentando me controlar pergunto o que ele comia. Ele, muito espertamente para a idade, mostrou que estava com a boca cheia e que responderia após engolir a comida. Provavelmente pensou que se falasse de boca cheia estaria cometendo dois delitos e que sua pena poderia ser maior. Logicamente que ele demorou uma década para terminar de mastigar imaginando que eu pudesse esquecer o delito. Pacientemente esperei a deglutição e perguntei novamente o que era em sua boca. Ele me respondeu que era um doce. Nessa hora dá vontade de pegar pelos cabelos e gritar qual parte do “não é para comer doce” ele não entendeu, mas de maneira sutil iniciei uma conversa. Nessa hora a mesa inteira de avós, tias e afins está a te olhar esperando sua reação. Relembrei a criança o combinado e sentenciei: Estará de castigo pelo resto da noite. O que significa isso na prática? Ficar sentado ao meu lado e não poder ir brincar no parquinho. Aí começa a revolta geral. Inicia-se pela irmã mais nova que vem igual uma cobra caninana tentar um Habeas Corpus. Nessa hora você já não está se sentido bem. Os olhares de reprovação são lançados por muitos. Você se sente injusto. A criança que está de castigo começa a argumentar e dizer que não fará mais isso e que se arrepende do seu erro. Você se sente um sem coração. A partir desse momento nada mais desce redondo. Nem o pastel nem o suco e nem a conversa. Você se sente um monstro, déspota, covarde e insensível. Mas uma coisa é certa. Você lançou sua palavra. E se tem alguma coisa que aprendi com educação é que a palavra lançada tem que ser cumprida. Uso muito um exemplo esdrúxulo para justificar a perspicácia das crianças em detectar erros paternos e se aproveitar deles. Digo que elas se assemelham aos Veliciraptores (dinossauros retratados no filme “Parque dos Dinossauros”) que ficam testando a cerca elétrica a todo o momento buscando uma falha para escaparem. Assim funcionam as crianças. Testam os pais a todo o momento e se apegam aos seus deslizes para errarem também. Correndo o risco de ser considerado um monstro, mantive minha palavra e fomos no mesmo enredo até o fim da noite. Se ele ficou com raiva de mim? Parece que não. No outro dia acordou com a felicidade que lhe é peculiar e a relação voltou ao seu estado harmônico. Se as avós, tias, irmãs e afins ficaram com raiva de mim? Provavelmente sim. Mas esse é um dos ônus da educação. Uma coisa é certa. Educar é uma função individual e intransferível. Não podemos achar que delegando a outros essa função, cumpriremos nossa missão de pai. E para não terminar só com bronca e para que o leitor não fique também achando que sou um monstro, citarei uma frase de minha autoria que postei no twitter essa semana. Ela expressa, no meu entendimento, a relação ônus e bônus de ser pai. É mais ou menos assim: “Se não tivesse tido filhos, talvez não tivessem tantos livros inacabados na minha vida, mas com certeza, o livro da minha vida estaria inacabado.”.        









Guilherme Augusto Santana

Goiânia, sexta feira 17 de agosto de 2012

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Ser pai é...

Amigos leitores

Esse mimo foi escrito por conta do nascimento da minha primeira filha, Helena. Confesso que meus olhos enchem de lágrimas toda vez que o leio. Coisas de pai.

Espero que gostem


Ser Pai é ...



... conversar com a barriga da esposa mesmo que isso pareça ridículo.

... ir às compras com a grávida e notar a diferença entre as roupinhas de bebê.

... olhar o preço dos carrinhos e não converter em cerveja.

... ir ao supermercado comprar mantimentos alegre e sorridente.

... saber que sua vida vai mudar e se sentir bem com isso.

... achar sua grávida linda e sexy.

... contar do fato para todo mundo e esperar um elogio.

...  ajudar a escolher os móveis do quarto e não brigar com a vendedora.

... ouvir as reclamações de dor e sempre ter uma palavra de incentivo.

... se abster da bebedeira e principalmente do charuto no quarto da maternidade.

... entrar na sala de parto mesmo correndo o risco de passar vergonha.

... não avançar no pediatra quando ele enfia todos aqueles tubos na criança.

... dizer que é linda mesmo que ela, a princípio, se pareça com um joelho.

... aceitar aquelas brincadeiras sem graça tipo: passar de consumidor a fornecedor.

... pegar o bebê sem medo de que você possa quebrá-lo.

... trocar a fralda assim que possível e as avós deixarem.

... participar do primeiro banho mesmo que seja de fotógrafo.

... cuidar da mãe para que ela não se sinta deprimida.

... começar a estudar farmácia e aprender os nomes dos remédios.

... interromper o jogo da TV ao meio para verificar qualquer barulho no berço.

... achar o espirro dela a coisa mais linda do mundo.

... cheirar o cocô para verificar se anda tudo bem.

... acordar a noite pra participar do pagodinho da madrugada.

... mudar seu ciclo de sono para de duas em duas horas.

... colocar para arrotar mesmo que isso exija uma dançinha especial.

... colocar a foto da filha no protetor de tela do computador.

... ter vontade de morder seus braçinhos e perninhas.

... conversar com ela mesmo que no começo ela não retribua.

... entender que o laço de mãe e filha é mais forte.

... perceber as pequenas mudanças que vão surgindo.

... explodir de orgulho quando alguém fala que ela se parece com você, mesmo que seja a sobrancelha.

... se pegar às vezes com os olhos cheios de lágrima olhando para aquela criaturazinha indefesa e pensando como a vida lhe foi generosa.



Ser pai é ...



Participar, ajudar, sofrer, ensinar, chorar, se emocionar...



É saber que a partir daquele momento você nunca mais será o mesmo, e ter orgulho disso.



Agora eu sou pai.



Guilherme Augusto Santana

21/09/2005

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Show do Mensalão

Bem amigos da Rede Globo!



Show do Mensalão



Bem amigos da Rede Globo! É hoje a grande decisão. Os times já se preparam para entrar em campo. As torcidas em polvorosa esperando o início do espetáculo. E vamos às escalações dos times. O STFutebol Clube entra em campo com a seguinte escalação: Presidente Ayres Britto no gol. A defesa é composta por Cesar Peluso na lateral esquerda, Marco Aurélio Mello e Celso de Mello no miolo de zaga e Gilmar Mendes na lateral direita fechando. O Meio de campo é formado por dois volantes. Ricardo Lewandowski e Luiz Fux. Armando as jogadas e fechando o meio de campo estão as meninas (não tão meninas assim) Cármem Lúcia e Rosa Maria Weber. E finalmente no ataque os artilheiros Joaquim Barbosa e Dias Toffoli. Sendo que esse último não sabe se entra em campo, pois paira sobre ele a síndrome do PT (Perda Total). O time dos Mensaleiros Futebol Clube entra em campo com 38 réus e 122 advogados sob a vaia contundente da torcida. E vai começar o espetáculo! Apita o juiz!

            Poderíamos confundir muito bem o julgamento do Mensalão pelo STF, com as três paixões nacionais. Cito: futebol, carnaval e novela. Isso tudo devido à importância midiática do fato e do acompanhamento maciço pelo grande público. Está bonito de se ver as rodas dos botecos comentarem entre os resultados do Brasileirão, os embates entre vilã e mocinha da novela das oito, as notas 10 da comissão de frente e bateria e as questões de ordem do julgamento. Os interesses por entender a estratificação da justiça brasileira, os ritos, termos e porquês das coisas que se sucedem. São opiniões mil que se amontoam. Das mais corretas as mais esdrúxulas que demonstram que o brasileiro está cada dia mais evoluindo em seu dever cívico político. Mesmo que seja uma piadinha ou um comentário deslocado, tudo representa um afã do cidadão em entender como funciona e poder opinar sobre as questões de relevância do país. Bonito também de se ver o papel da mídia mostrando todas as nuances e replays dos melhores momentos. Requentando notícia de vez em quando, é certo, mas tentando traduzir para o grande público os termos difíceis de nossos Ministros. Ao menos tentando. Outra coisa interessante de se ver é a atuação da Polícia Federal e do Ministério Público que de certa maneira tenta mostrar ao cidadão brasileiro que está atuando em defesa dele e da lei. Com certos exageros aqui e ali, mas de maneira geral tentando cumprir com sua obrigação. E mais louvável ainda o comportamento do brasileiro. Acompanhando, opinando, criticando e principalmente descobrindo que aquilo tudo que está lá sendo julgado, faz parte da sua história política e é reflexo do seu voto. Da sua decisão perante as urnas. Fico feliz. Pode-lhes parecer que acordei meio Poliana hoje. Pode até ser. Confesso. Mas os que me leem há mais tempo sabem que sou um otimista de carteirinha. Porém, também o sabem, que não sou adepto da solução imediata e sem dor. Sempre defendi a tese de mudanças lentas e graduais. Um processo de evolução da cultura do brasileiro. E vendo esse julgamento do STF cercado de interesse inédito, sinto que não estou de todo errado. Estamos evoluindo. Lentamente e dolorísticamente (permitam-me o neologismo). Porque mudança nenhuma vem sem dor. E para finalizar vai uma torcida mais otimista ainda. Espero que esse jogo não termine empatado e nem tenha seu resultado decidido no tapetão. Um golzinho basta. Pode ser até de mão. Mas que dê ao brasileiro o aceno de que ele está no caminho certo. Assim eu espero. Assim espero que os brasileiros esperem.







Guilherme Augusto Santana

Goiânia, sexta feira 03 de agosto de 2012