sexta-feira, 24 de agosto de 2012

O que diria Nelson

E ai? O que diria Nelson?



O que diria Nelson

 

Essa semana, mais precisamente ontem dia 23 de agosto, comemoraria 100 anos de nascimento, se vivo estivesse, o impagável Nelson Rodrigues. Recifense de nascimento e carioca de paixão foi considerado por muitos o maior dramaturgo brasileiro. Talvez não seja essa a unanimidade em sua vida, e sim sua irreverência e acidez politicamente incorretas. Autor de diversas peças, crônicas e contos, Nelson tentou de uma forma freudiana colocar toda a culpa das mazelas da sociedade brasileira no sexo. E sejamos francos quanto ao ineditismo de abordagens de temas como incesto, homossexualismo e adultério. Peças como “Vestido de noiva” e “O beijo no asfalto”, contos como “A dama do lotação” e “A vida como ela é” imortalizaram o escritor e o colocaram no rol dos mais lidos da literatura brasileira. Fanático torcedor do Fluminense estendeu suas talentosas mãos para a crônica esportiva e junto com seu irmão Mário Filho fez história nos ritos da grande paixão nacional. Além de todo talento controverso para a literatura e a polêmica, Nelson é conhecido como um dos maiores frasistas do país, tendo destilado sua acidez para todo canto possível e imaginado. Lendo sua biografia, descobri que no dia do seu falecimento ele havia acertado os 13 pontos da loteria esportiva (sem saber do fato visto que faleceu pela manha e o resultado da loteria só saiu à tarde) e pensei numa frase célebre proferida por ele: “Deus está nas coincidências.”. Pensando nisso resolvi fazer uma homenagem ao mestre da dramaturgia, propondo um exercício no mínimo interessante. Caso Nelson Rodrigues estivesse vivo, que frases ele diria para algumas personalidades nacionais e internacionais? Senão vejamos.

 

Diria para Maria da Penha:

“Nem todas as mulheres gostam de apanhar, só as normais. As neuróticas reagem.”

 

Diria para o Papa Bento XVI:

“Não se apresse em perdoar. A misericórdia também corrompe.”

 

Diria para Sandy:

“O pudor é a mais afrodisíaca das virtudes.”

 

Diria para os brasileiros favoritos que sucumbiram nas Olimpíadas de Londres:

“O brasileiro não está preparado para ser o maior do mundo em coisa nenhuma. Ser o maior do mundo em qualquer coisa, mesmo em cuspe à distância, implica uma grave, pesada e sufocante responsabilidade.”

 

Diria para o físico Stephen Wawking:

“Qualquer individuo é mais importante do que a Via Láctea”

 

Diria para o Cadinho da novela Avenida Brasil:

“Os homens mentiriam menos se as mulheres fizessem menos perguntas.”

 

Diria para Mônica Lewinsky:

“Sem paixão não dá nem para chupar um picolé.”

 

Diria para Hugo Chaves:

“Se os fatos são contra mim, pior para os fatos.”

 

Diria para todos das redes sociais que cultuam a sexta feira:

“Sexta feira é o dia em que a virtude prevarica.”

 

Diria para Gretchen:

“Qualquer um de nós já amou errado, já odiou errado.”

 

Diria para o Tiririca:

“Não reparem que eu misture os tratamentos de “tu” e “você”. Não acredito em brasileiro sem erros de concordância.”

 

Diria para Gisele Bundchen:

“Toda mulher bonita, é namorada lésbica de si mesma.”

 

Diria para  Adriano O Imperador:

“O Flamengo tem mais torcida, o Fluminense tem mais gente.”

 

Diria aos coveiros:

“A morte é um grande despertar.”

 

Diria ao Lula:

“O Presidente que deixa o poder passa a ser, automaticamente, um chato.”

 

Diria de si mesmo:

“Chegou às redações a notícia da minha morte. E os bons colegas trataram de fazer a notícia. Se é verdade o que disseram de mim os necrólogos, com a generosa abundância de todos os necrólogos, sou de fato um bom sujeito.”

 

                       

 

 

Guilherme Augusto Santana

Goiânia, sexta feira 24 de agosto de 2012

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