A tocha da discórdia
Essa semana foi marcada,
além da montanha russa da política nacional, pelo início do tour da tocha
olímpica pelo país. E junto com seu trajeto começaram também as críticas. Vale
o princípio da democracia e do contraditório não é verdade? Cada um com sua
opinião e liberdade para expressá-la contanto que não ultrapasse o limite do
próximo. Então, defendido esse princípio, vou expressar a minha opinião. Eu
acho massa demais! Entendo o espírito olímpico como uma coisa bela e acho os
jogos muito benéficos para a humanidade. Compreendo os argumentos que ressoam justificando
não passarmos por um momento bom para sediar os jogos, visto que enfrentamos
uma crise política, institucional e financeira. Mas lembro também que quando
fomos escolhidos para sede, tanto da Copa quanto das Olimpíadas, passávamos por
um momento diferente. Aliás, foi por ser a bola da vez mundial, que tivemos a
escolha para os eventos agraciada. E não acho correto que refluamos desse compromisso
acertado. Imagino que o mundo não veria com bons olhos também uma desistência
nessa altura do campeonato. Isso geraria, com certeza, uma imagem bem pior para
o Brasil do que a que estamos passando na atualidade. Tanto externa quanto
interna. Existe também o argumento de que está se gastando muito dinheiro com
os jogos e que grande parte das obras ficarão inacabadas ou abandonadas. Não
refuto o fato. Realmente deverão ficar esqueletos das Olimpíadas pela cidade do
Rio assim como ficaram, pelo país inteiro, as da Copa do Mundo de Futebol. Mas
isso é culpa dos jogos olímpicos? Penso que não. Isso é responsabilidade nossa.
Dos brasileiros. E não coloquemos também a culpa nos políticos, afinal eles não
são extraterrestres que aportaram de outro planeta direto para nossa política.
Eles foram colocados lá por nós. Representam a população brasileira. E tudo que
executam é feito em nosso nome. Se abandonam as obras antes do seu término é
porque a população é conivente com esses atos. É leniente. E o argumento de
serem todos os políticos corruptos incitando o desinteresse de muitos pelo
processo político só piora a situação pois deixa alguns guetos nadando de
braçada pelo cenário nacional fazendo o que bem entendem. E isso tudo influi na
nossa vida. Direta e indiretamente. Independente disso acho que poderíamos ser
mais receptivos ao espírito olímpico. Talvez ele possa nos ensinar a olhar o lado
positivo das coisas, pois é egresso de tempos de guerra e crises mundiais, mas
mesmo assim continua com sua luz acesa. Espero sinceramente que esse fogo
olímpico, representado pela tocha, ajude a aquecer o coração do brasileiro que
anda cercado de frio pessimismo.
Guilherme Augusto Santana
Goiânia, sexta feira 06 de maio de 2016
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