sexta-feira, 6 de maio de 2016

a tocha da discórdia


A tocha da discórdia

         

         

Essa semana foi marcada, além da montanha russa da política nacional, pelo início do tour da tocha olímpica pelo país. E junto com seu trajeto começaram também as críticas. Vale o princípio da democracia e do contraditório não é verdade? Cada um com sua opinião e liberdade para expressá-la contanto que não ultrapasse o limite do próximo. Então, defendido esse princípio, vou expressar a minha opinião. Eu acho massa demais! Entendo o espírito olímpico como uma coisa bela e acho os jogos muito benéficos para a humanidade. Compreendo os argumentos que ressoam justificando não passarmos por um momento bom para sediar os jogos, visto que enfrentamos uma crise política, institucional e financeira. Mas lembro também que quando fomos escolhidos para sede, tanto da Copa quanto das Olimpíadas, passávamos por um momento diferente. Aliás, foi por ser a bola da vez mundial, que tivemos a escolha para os eventos agraciada. E não acho correto que refluamos desse compromisso acertado. Imagino que o mundo não veria com bons olhos também uma desistência nessa altura do campeonato. Isso geraria, com certeza, uma imagem bem pior para o Brasil do que a que estamos passando na atualidade. Tanto externa quanto interna. Existe também o argumento de que está se gastando muito dinheiro com os jogos e que grande parte das obras ficarão inacabadas ou abandonadas. Não refuto o fato. Realmente deverão ficar esqueletos das Olimpíadas pela cidade do Rio assim como ficaram, pelo país inteiro, as da Copa do Mundo de Futebol. Mas isso é culpa dos jogos olímpicos? Penso que não. Isso é responsabilidade nossa. Dos brasileiros. E não coloquemos também a culpa nos políticos, afinal eles não são extraterrestres que aportaram de outro planeta direto para nossa política. Eles foram colocados lá por nós. Representam a população brasileira. E tudo que executam é feito em nosso nome. Se abandonam as obras antes do seu término é porque a população é conivente com esses atos. É leniente. E o argumento de serem todos os políticos corruptos incitando o desinteresse de muitos pelo processo político só piora a situação pois deixa alguns guetos nadando de braçada pelo cenário nacional fazendo o que bem entendem. E isso tudo influi na nossa vida. Direta e indiretamente. Independente disso acho que poderíamos ser mais receptivos ao espírito olímpico. Talvez ele possa nos ensinar a olhar o lado positivo das coisas, pois é egresso de tempos de guerra e crises mundiais, mas mesmo assim continua com sua luz acesa. Espero sinceramente que esse fogo olímpico, representado pela tocha, ajude a aquecer o coração do brasileiro que anda cercado de frio pessimismo.          

           

Guilherme Augusto Santana

Goiânia, sexta feira 06 de maio de 2016

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