C. de Goiás
Ao Presidente do
Departamento de Infra Estrutura de Transporte – DNIT
Nesta
Caro Presidente,
Venho, muito humildemente,
através desta, lhe contar uma história. Caso V. Sa. não esteja familiarizado,
às sextas eu costumo escrever crônicas sobre assuntos diversos, e desta vez
calhou um objeto do vosso interesse. Antes de mais nada, lhe apresento como um
cidadão que utiliza regularmente as rodovias do país e por isso sente-se no
lugar de fala para abordar o assunto em tela.
Passados os interlocutórios de
apresentação, vamos ao que nos trouxe a essa missiva. Estava eu viajando esse
dias atrás, com minha família, rumo a um ponto turístico bem famoso de Goiás.
Trata-se do famoso Salto do Corumbá. Aliás, se V.Sa. não conhece o salto,
recomendo. Maravilha. Mas voltemos ao assunto. Estava trafegando pela BR-414
que dá acesso ao salto quando me deparei com cena pitoresca para não dizer
burlesca. Determinada placa de sinalização da rodovia constava dos seguintes
dizeres:
C.de Goiás 27 km
A. de Goiás 35 km
peço desculpas se as quilometragens não
são precisas pois não tive como tirar foto, afinal estava dirigindo. Mas de
qualquer forma esse dado não vem ao caso. Na hora que vi os escritos confesso
que tive vontade de rir, porém logo veio uma outra reação: indignação. E aí
aproveito e pergunto a V.Sa. onde estava com a cabeça a pessoa que escreveu
essa placa? Eu me fiz essa pergunta, sabe? Perguntei-me também o que estava
implícito nas letras abreviadas. Sabe quantos municípios de Goiás começam com a
letra “A”? Vinte e nove! Tudo bem que só quatro deles tem o sufixo “de Goiás”,
mas daí precisaríamos de uma aula de geografia para identificar qual se trata. Os
que principiam com a letra “C” são trinta. Para o transeunte se localizar ele
teria que ser expert em nomes de municípios do Estado e, além disso, fazer um
jogo de adivinhação. Muitos podem alegar que existem municípios homônimos, como
é o caso de Corumbá e Teresópolis. Porém seria hilário pensar que teríamos uma
placa, transitando dentro de Goiás, com indicação de quilometragem para a Corumbá
do Mato Grosso do Sul. O mesmo se aplica a Teresópolis do Estado do Rio de
Janeiro. Aí eu volto a pergunta: onde estava a cabeça do cidadão que escreveu
essas placas que suprimiu a informação mais importante de comunicação? Depois
de me questionar pensei algumas hipóteses. Coisa rápida enquanto passava a
indignação. Será que estavam economizando o tamanho das placas? Será que foi
obra de algum estagiário? Será que o “A” seria de “abestado”? Enquanto me
questionava, seguindo na rodovia, passei por outra placa com a mesma aberração
e percebi que não se tratava de um erro pontual e sim um assassinato em série.
Contada
a história meu caro Presidente, e com a devida vênia sem me alongar mais no
caso, acho interessante a intervenção de V.Sa. na lide antes que cause uma
desorientação nos usuários da rodovia, ou vire caso de polícia, ou piada.
Prestando minhas imensas estimas de
saúde, pede deferência.
G. de Goiás
Guilherme
Augusto Santana
Goiânia, sexta feira 31 de maio de 2024