sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Eu voltei, voltei para ficar

Caros amigos

Segue uma fresquinha de sexta pós NYC.


Eu voltei, voltei para ficar



Viajar é bom não é? Eu também gosto. Aliás, conheço poucos que não gostam. Conhecer novas culturas ou mesmo reencontrar aquelas que te fascinaram é um convite a excitação. Experimentar comidas, bebidas, climas, línguas e costumes diferentes. Tudo de bom. Essa por exemplo que fizemos (eu, esposa e um casal de amigos) a New York foi fascinante. Talvez porque essa cidade, especificamente, seja a mais americana de todas. Ou talvez a menos americana de todas. Como assim? Lá vêm as confusões! Calma que explico. Se conseguir, claro!

De americana a cidade tem o funcionamento. Tudo funciona como um relógio. Sabe aquele passeio no Brasil que se chegar 15 minutos atrasado e passar uma babinha no atendente ainda consegue participar? Esqueça. Lá você perdeu, meu amigo. Isso privilegia os pontuais. E para isso você acaba tendo que se programar com antecedência. Em tudo. No domingo passado aconteceu a Maratona de New York. Foram mais de 40.000 atletas correndo. Pensa?! Agora imagina a quantidade de pessoas que vão só para acompanhar os atletas?! E a quantidade de gente que vai só para assistir?! Era literalmente uma cidade de pessoas envolvida no evento. E tudo com a maior organização. Nunca vi tanto policial na minha vida. Ruas fechadas. Voluntários a postos. Impecável. Ai você pode pensar: Vai ficar resquício de maratona na cidade por uma semana. Aí você se engana. Menos de 24 horas depois do evento não havia nada mais para contar a história. E o orgulho que a cidade tem do evento?! Desfilam pela cidade com suas medalhas de participação e são aplaudidos. Lojas concedem descontos. Nós fomos agraciados com um prato extra em um restaurante porque o amigo de viagem estava com a medalha da maratona. Os atletas não pagam o uso do metrô no dia da prova e tem seu transporte ao local da largada facilitado. Aí entramos num ponto bem americano da cidade: Os meios de transportes. Quer andar por NYC? Vá a pé ou de metrô. Nunca tinha me deparado com um sistema de metrô tão eficiente e rápido. De uma ponta da cidade a outra com um ticket. Complementa-se a facilidade de se situar dentro da cidade. Tudo correto. Ruas em sistema de xadrez. A Rua 57 é logo depois da Rua 56 (bem diferente de Goiânia). E também a prioridade é do pedestre. Os veículos esperam pacientemente que o transeunte atravesse a rua. Coisa de primeiro mundo. Só pegamos carro em duas ocasiões. Na chegada do aeroporto e na saída para o aeroporto. Um desastre. Trânsito caótico. Como em qualquer metrópole. Outra coisa marcante de americanismo é a paranóia com a segurança. Chega a ser irritante. Para ir aos principais museus e atrações da cidade é preciso passar por uma via crucis sem tamanho. Mostra o ticket de entrada dez vezes. Detector de metais. Revista a sacolas e mochilas. Tudo na mais perfeita rigidez. Fruto de uma cultura dominante que têm muitos a querer puxar seu tapete. Sem entrar em julgamento de mérito, mas pagam pelo imperialismo. Coisa de americano.

Agora de não americano temos a população. O motorista que nos trouxe do aeroporto era russo, e o que nos levou era indiano. Pronuncia do inglês de ambos? Péssima. Aliás, uma constante na cidade. Sabe aquele curso que você fez de inglês britânico? Vale de nada aqui. Quem domina os taxis são os indianos e paquistaneses. Os restaurantes são os mexicanos e demais latinos. O comercio de eletrônicos é judeu e chinês. Os fast foods de rua são dos iranianos e afegãos. E os brasileiros? Ah os brasileiros! Estão comprando tudo o que vêem pela frente. Coisas de moeda forte. Forante isso se encontram muitos Italianos e suas belas vestimentas, os franceses com sua praticidade, os alemães com sua imponência e por aí vai. Uma cidade cosmopolita. Quase uma torre de babel pós moderna. Todas as línguas se confundem. Todos os costumes se misturam. Em uma mesma barraca de fast food na rua você encontra falafel, tacos, pretzel e hot dog. É como se fosse um caldeirão prestes a explodir. Tudo regado a muita organização, diga-se de passagem. Todos se respeitando. Tanto os nativos quanto os turistas. Como se fossem uma população só. Coisas de primeiro mundo.

Como havia dito no começo da crônica, viajar é muito bom. Adquire-se uma bagagem imensa de conhecimentos e vivências que poderão ser utilizados em sua vida em diversas oportunidades, além do descanso do cotidiano diário. Depois da volta cansativa fomos recebidos no aeroporto com sorrisos e abraços. Palavras de carinho e saudade. E principalmente olhinhos infantis a espera de seus presentes. Abrimos as malas e distribuímos presentes. Mostramos as fotos e guardamos as memórias. Comemos uma comidinha caseira e contamos sobre as aventuras. Fomos dormir em nossa cama macia e aconchegante. A conclusão sempre é a mesma. Viajar é bom, mas voltar para casa é melhor ainda.         



 



Guilherme Augusto Santana

Terrinha, 11/11/11

Um comentário:

  1. Sejam bem vindos, amigos. Agora podemos marcar aquele jantar aqui em casa né? Fogãozinho a lenha bem brasileirinho, a Dri e a Ana trocando ideia de como otimizar o uso do mesmo e a gente só degustando aquela breja geladinha. Pode ser nacional ou do estrangeiro, aqui o convidado é quem escolhe. Ótima crônica, passa a sensação ao leitor. Me vi correndo a maratona e você lá gritando em minha torcida: go Wesley, go..! Forte abraço, Wesley.

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