Banda Eva diz assim:
"Meu amor, olha só hoje o sol não apareceu
É o fim da aventura humana na Terra
Meu planeta adeus,
Fugiremos nós dois na arca de Noé
Olha bem meu amor no final da odisséia terrestre"
Será?
Sustentabilidade
Nunca se falou tanto essa palavra pelo
mundo afora. Sustentabilidade. É sustentabilidade para cá, é sustentabilidade
para lá e o termo vai se popularizando e ao mesmo tempo, se desgastando em seu
real sentido. No meu tempo (não precisamos aqui explicitar o quanto isso
representa em décadas), se chamava preservação. Foi também uma palavra muito
utilizada nos meios acadêmicos e populares. Preservação da fauna, da flora, dos
animais em extinção, da natureza de uma maneira geral. Junto com a palavra
preservação veio uma outra. Radicalização. “Se é para preservar não podemos
fazer mais nada”. Temos que estagnar os processos produtivos para resguardar o
que ainda temos de recursos naturais. Incluem-se nisso a estagnação do
crescimento populacional terrestre. Muito simples. Se precisamos preservar, não
podemos consumir e consequentemente não podemos crescer. Aí percebemos um erro
de conceito. O homem estava incluído na natureza. Como não percebemos isso
antes? Como preservar excluindo o ser
humano? Impossível. Passamos anos acreditando que a palavra certa era
preservação. Foram décadas perdidas em embates. Despertamos o monstro da
radicalização por entendermos errado os problemas do mundo. Mas será que
realmente foram perdidos os esforços? Será que a coexistência meio
ambiente/homem não se beneficiou de forma nenhuma desse embate? Penso que
tivemos ganhos. Só de conseguirmos entender com profundidade que o homem faz
parte da natureza umbilicalmente, no meu ponto de vista, já é um ganho enorme.
Afinal somos a única espécie pensante sobre a face da Terra. Cabe a nós o
gerenciamento do boteco, mas sem esquecer que nós também fazemos parte dele. No
mesmo barco em que estão a Floresta Amazônica, o mico leão dourado e a baleia
jubarte, estão o Seu Zé, a Dona Joana e seus filhos. Entendido a verdadeira
relação de participação no meio, surgiu o atual termo significativo que dá nome
a crônica: Sustentabilidade. Habilidade de sustentar ou suportar algo. Permitir
a permanência por um determinado tempo. Aí encontramos uma palavra que apimenta
a relação. Tempo. Teremos tempos para implantar a tão famosa Sustentabilidade?
Estamos à beira do colapso e a velocidade das mudanças é aquém das necessidades
de sustentação? Seria o fim da aventura humana na Terra?
É nesse meio de palavras da moda,
palavras do passado e dúvidas que se realiza a Rio + 20. Conferência de Meio
Ambiente e Sustentabilidade. Como o próprio nome diz, vinte anos depois da irmã
mais velha Rio 92. Chefes de Estado, burocratas, ambientalistas,
preservacionistas, ONGs, cidadãos comuns todos tentando conversar sobre o
assunto. Tentando jogar a culpa em alguém. Tentando passar a responsabilidade
para alguém. Como se a mesma não fosse compartilhada. Todos cobrando resultados
e velocidade. Todos dando desculpas e justificativas. Todos não se entendendo
sobre os conceitos. Será que conseguiremos avançar diante desse cenário? Não
consigo responder essa pergunta. Consigo sim dar minha opinião. Pode ser que
muitos achem que o que vou dizer aqui é retórica, mas a História está a meu
favor. As mudanças de conceito no mundo são lentas. Graduais. Não adianta
querermos imprimir uma velocidade que não se sustenta. Acabei de dar esse
exemplo na substituição da palavra preservação por sustentabilidade. E isso
levou décadas para ocorrer e mesmo assim ainda não descobrimos como implantar. As
mudanças vêm com o passar das gerações. Paulatinas. A colheita vem depois do
plantio e nem sempre na velocidade que desejamos. Se ainda temos tempo? Não
posso garantir. Prefiro sempre o otimismo. Se estou sentindo a mudança? Estou.
Sinto-a todos os dias com meus filhos. A minha palavra era preservação. A deles
já é sustentabilidade. Tenho certeza que a geração deles terá maior
conhecimento e consciência para comandar nosso planeta. Assim estamos plantando.
Assim espero que colham.
Guilherme Augusto
Santana
Goiânia, sexta feira 22 de junho de 2012
No meu tempo escolar( dos três anos aos vinte ), nunca tive uma aula de meio ambiente, mas minha mãe já nos ensinava a não jogar lixo pelas janelas, agora passados +40 as crianças ouvem falar de preservação, sustentabilidade desde o jardim da infância até em intervalo na tv, tenho certeza que isto fará a diferença no futuro, sim nos temos tempo, mais e as baleias jubartes e outros animais em extinção terão tempo também? Ver uma baleia nadar livremente, brincar com seu filhote, foi uma das maiores emoções da minha vida. Gostaria que todos pudessem ter esse privilégio. Criei uma campanha a favor da criação de áreas de proteção marinha em Abrolho:
ResponderExcluirhttp://www.avaaz.org/po/petition/Criacaoampliacao_de_areas_de_protecao_do_ambiente_marinho_na_regiao_dos_Abrolhos/?fuXMObb&pv=