A
César o que é de César
Saiba
o caro leitor que enxerga essa junção de letras, palavras, frases e, por fim
textos, que não sou escritor de profissão. Se é que existe essa profissão
formal. Nem ao menos sou da área de letras. Jornalismo nem pensar! Sou oriundo
da mais perfeita profissão exata, a Engenharia Civil. Pretensão orgulhosa. Não
obstante, me enveredei pelo mundo funerário. Pasmem! A alcunha de “Coveiro”
recebi e adotei com orgulho pretensioso. Mas as letras, além dos números,
sempre fizeram parte da minha vida. O papel sempre sofreu com minha tentativa
de plasmá-lo com ideias ortodoxas ou não. Portanto, quando perceberem pequenos
(ou grandes) erros na grafia e no sentido formal da regra gramatical, além da
“liberdade” poética, necessito do perdão, visto as justificativas ora
apresentadas. Numa dessas incursões, um amigo ilustrador, dos mais talentosos,
solicitou-me texto para a revista que estava lançando no mercado. Prontamente
lhe enviei o texto. “Envia uma foto também, que é para sair nos colaboradores
da revista”. Procurei uma foto legal. Infinitas pastas de fotos no computador.
Foto com taça de vinho na mão não serve. Foto de óculos escuros não serve. Foto
com a esposa do lado não serve. Foto com as crianças não serve. Foto com barba
por fazer não serve. Foto em cemitério não serve. Pois bem, não achei. Lancei
mão de uma mais ou menos e recortei com o editor de imagens. Coisa bem
artesanal, mesmo. Ficou meia boca. Mandei ao amigo tendo a sensação que não
serviria. Pois mal. Não serviu. Aí que, num átimo de segundo, lembrei-me de
umas fotos que tinha feito para o lançamento de mais um empreendimento
funerário, tiradas por um fotógrafo de esmerada competência e um amigo querido.
Pedi a ele para mandar as fotos. Mandou prontamente. Mandei a foto para o amigo
da revista. “Essa ficou boa”. Publicou na revista junto do artigo. Orgulho.
Quando é fé (expressão do Goiás) o amigo fotógrafo vê a foto na revista. Boa
foto. “Cadê os créditos?”. Créditos? Perguntei. “Os créditos da foto”. Mas eu
não paguei pelas fotos? Não são minhas? Aí o amigo foi me explicar a questão
dos direitos autorais. Nunca tinha me prendido àquelas letras miúdas nos cantos
das fotos. Justo, muito justo. Funciona assim com projetos técnicos, obras de
arte, textos e também com fotografias. Mas o erro já estava sacramentado. A
revista já tinha sido impressa e os créditos não estavam nela. Como
justificativa, volto no escrito anteriormente sobre minha necedade em letras.
Como reparação (se é que existe) gostaria de pedir desculpas em público.
Utilizando o mesmo veículo para tentar consertar o erro e creditar o fato ao
autor. Prometo não incorrer mais em tamanha desconsideração. Talvez até
proponha tentar sanar a dívida convidando para uma garrafa de vinho. Um
Bordeaux por sua vez pode conseguir o feito do perdão. Mas no fundo o que eu
gostaria de dizer é que coloquei aquela foto porque o amigo fotógrafo conseguiu
um prodígio. Em uma imagem só conseguiu retratar o engenheiro, o coveiro, o
escritor e o empreendedor. Por fim, uma pessoa feliz. Feliz não só pelas
conquistas empresariais e profissionais, mas ter e poder contar com os amigos nas
horas mais importantes.
Ao amigo fotógrafo Rimene Amaral. Uma
eterna dívida.
* texto escrito para a Revista Local
Guilherme
Augusto Santana
Goiânia, sexta feira 19 de setembro de
2014