sexta-feira, 19 de setembro de 2014

a César o que é de César




 
A César o que é de César
 
            Saiba o caro leitor que enxerga essa junção de letras, palavras, frases e, por fim textos, que não sou escritor de profissão. Se é que existe essa profissão formal. Nem ao menos sou da área de letras. Jornalismo nem pensar! Sou oriundo da mais perfeita profissão exata, a Engenharia Civil. Pretensão orgulhosa. Não obstante, me enveredei pelo mundo funerário. Pasmem! A alcunha de “Coveiro” recebi e adotei com orgulho pretensioso. Mas as letras, além dos números, sempre fizeram parte da minha vida. O papel sempre sofreu com minha tentativa de plasmá-lo com ideias ortodoxas ou não. Portanto, quando perceberem pequenos (ou grandes) erros na grafia e no sentido formal da regra gramatical, além da “liberdade” poética, necessito do perdão, visto as justificativas ora apresentadas. Numa dessas incursões, um amigo ilustrador, dos mais talentosos, solicitou-me texto para a revista que estava lançando no mercado. Prontamente lhe enviei o texto. “Envia uma foto também, que é para sair nos colaboradores da revista”. Procurei uma foto legal. Infinitas pastas de fotos no computador. Foto com taça de vinho na mão não serve. Foto de óculos escuros não serve. Foto com a esposa do lado não serve. Foto com as crianças não serve. Foto com barba por fazer não serve. Foto em cemitério não serve. Pois bem, não achei. Lancei mão de uma mais ou menos e recortei com o editor de imagens. Coisa bem artesanal, mesmo. Ficou meia boca. Mandei ao amigo tendo a sensação que não serviria. Pois mal. Não serviu. Aí que, num átimo de segundo, lembrei-me de umas fotos que tinha feito para o lançamento de mais um empreendimento funerário, tiradas por um fotógrafo de esmerada competência e um amigo querido. Pedi a ele para mandar as fotos. Mandou prontamente. Mandei a foto para o amigo da revista. “Essa ficou boa”. Publicou na revista junto do artigo. Orgulho. Quando é fé (expressão do Goiás) o amigo fotógrafo vê a foto na revista. Boa foto. “Cadê os créditos?”. Créditos? Perguntei. “Os créditos da foto”. Mas eu não paguei pelas fotos? Não são minhas? Aí o amigo foi me explicar a questão dos direitos autorais. Nunca tinha me prendido àquelas letras miúdas nos cantos das fotos. Justo, muito justo. Funciona assim com projetos técnicos, obras de arte, textos e também com fotografias. Mas o erro já estava sacramentado. A revista já tinha sido impressa e os créditos não estavam nela. Como justificativa, volto no escrito anteriormente sobre minha necedade em letras. Como reparação (se é que existe) gostaria de pedir desculpas em público. Utilizando o mesmo veículo para tentar consertar o erro e creditar o fato ao autor. Prometo não incorrer mais em tamanha desconsideração. Talvez até proponha tentar sanar a dívida convidando para uma garrafa de vinho. Um Bordeaux por sua vez pode conseguir o feito do perdão. Mas no fundo o que eu gostaria de dizer é que coloquei aquela foto porque o amigo fotógrafo conseguiu um prodígio. Em uma imagem só conseguiu retratar o engenheiro, o coveiro, o escritor e o empreendedor. Por fim, uma pessoa feliz. Feliz não só pelas conquistas empresariais e profissionais, mas ter e poder contar com os amigos nas horas mais importantes.
 
Ao amigo fotógrafo Rimene Amaral. Uma eterna dívida.    
  
* texto escrito para a Revista Local
  
             
 
Guilherme Augusto Santana
Goiânia, sexta feira 19 de setembro de 2014
 
 

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