Fred Picadinho
Sabe qual a expressão mágica para um
glutão como o que vos fala? “O melhor...”. Pensem se não é irresistível: “o
melhor bolo de chocolate do mundo”, “a melhor lasanha caseira do Brasil”, “o
melhor quibe da América Latina”. Para mim parecem aqueles desenhos animados
onde a cheiro da comida sai da panela e vem flutuando até o nariz e carrega o
comensal até o prato. Há muito tempo tinha ouvido falar do picadinho do
restaurante Fred na capital federal. Intitulado “o melhor picadinho de Brasília”.
Pronto. Atraiu. Bastou um amigo convidar para almoçar lá que de imediato a boca
encheu de água pensando no acepipe. O amigo “convidante” ainda deu a opção de mudar
de restaurante, mas meu estômago já tinha fotografado o picadinho. Não podia
ser outra coisa.
O restaurante se parece com milhares
da capital. Entrada estreita e cheio de executivos. Somos rapidamente
acomodados e nem olhamos o cardápio. Picadinho para dois. Logo chegam as
panelas. Isso mesmo. As panelas fundo triplo da Tramontina vão direto a mesa.
Arroz branco (pasmem não ser arroz com brócolis a comida típica de Brasília),
farofa daquelas fininhas que causam engasgo nos desavisados (pasmem novamente
por não ser farofa de ovo, outro ícone comparável ao arroz com brócolis). Até
aí nada de novidade. Mas nesse ponto vem uma banana a milanesa... frita a
perfeição... Sabe aquelas bananas que não parecem que foram fritas? Sem uma
gota de óleo sobrando. Ou foram feitas nessas modernidades de panela que frita
sem óleo ou o cidadão secou no papel toalha. Posto os três acompanhamentos no
seu prato, vem a frigideira gigante com o picadinho que é despejado fumegante
na sua frente. Filé picado na ponta da faca e champignons ao molho roti. O
cheiro é de enlouquecer. E não esqueçamos a cereja do bolo, ou melhor dizendo,
o ovo pochê com a gema ainda mole. Aí é só usar generosamente o Tabasco e
partir para o abraço. Quem inventou essa combinação deveria ganhar um prêmio
Nobel da gastronomia. Pensam que acabou? Não. O garçom fica passando com a
frigideira fumegante e “cheirenta” entre as mesas fazendo a reposição dos
pratos. Não recomendo para quem é desprovido de limites para comer. Corre um
sério risco de “empanturramento”.
E aí vem a pergunta crucial: é o
melhor picadinho de Brasília? Respondo com toda certeza: O melhor que já comi
na capital. Se alguém tiver outra opinião ou souber de outro melhor, aceito o
convite para contra prova. Afinal sou um glutão democrático. Direito da ampla
defesa como princípio básico. E os que não discordam, convido a provarem. Vale
a pena.
Guilherme Augusto
Santana
Goiânia, sexta feira 27 de novembro de 2014
Fachada do Fred
O melhor picadinho de Brasília