Vende-se fusca 87
A notícia de destaque da semana foi
a suposta oferta de um milhão de dólares proposta por um suposto Xeque árabe
para arrematar um fusca 87. Mas não é um fusca qualquer. Trata-se do veículo
pertencente ao caricato Presidente do Uruguai José Mujica. Temos nos deparado,
desde que assumiu a Presidência, com um desfile de situações inusitadas
proporcionadas por Mujica, sendo a mais emblemática delas o meio de condução do
mesmo. Enquanto a grande maioria dos chefes de Estado utiliza todo um staff de
proteção para sua locomoção, Mujica, ao contrário, se utiliza de veículo
próprio, dito um fusca azul celeste ano 87, sem nenhum segurança a tira colo. Chega
a ser engraçada a situação. Fora a parte curiosa do fato e do comportamento
simplório do Presidente, o Uruguai sempre esteve nas telas mundiais como um
país inovador e precursor de medidas relacionadas a direitos civis e
democratização da sociedade. Entre outros feitos, foi o primeiro país a
legalizar o divórcio, segundo país americano a conceder direito de voto as
mulheres, primeiro país sul americano a legalizar a união entre pessoas do
mesmo sexo e recentemente o primeiro país a legalizar o cultivo, a venda e o
consumo da cannabis, vulgarmente
conhecida como maconha. Faz parte da sua História esse movimento social colocando
o país como uma das democracias mais estáveis do globo. E aí para colocar o
laço de fita no presente, a cereja no bolo, somos presenteados com essa figura
pitoresca e lendária que é o atual Presidente. E se não bastasse a maneira
franciscana dos modos do governante, a suposta destinação do recurso oriundo da
venda de seu fusca foi cogitado por ele ser aplicada em programa de construção
de residência para população de baixa renda de seu país. É ou não um tapa na
cara de muitos governantes que veem a política como forma de enriquecimento ou ascensão
somente pelo poder? Se eu fosse chefe de Estado nesse momento estaria
imensamente envergonhado. Os motivos pelo qual o Xeque árabe fez a proposta não
estão em análise nesse momento, apesar de pressupor que seja somente para
aparecer, mas o que mais importa nesse momento é a atitude de Mujica em
destinar um bem próprio (superestimado temos que admitir) para um programa
social dos habitantes que o elegeram. E aí vem o ponto. Elegeram-no exatamente
para isso. No mais ele somente cumpre a sua função. Não vamos fazer aqui uma
pregação de atitudes franciscanas para todos os políticos do mundo, até porque
isso é impossível, mas que sirva de exemplo a essência pregada por Mujica. A
responsabilidade para com a coisa pública e o cumprimento da real função de
governante e representante do povo. Independente
de tudo isso um aviso importante precisa ser dado. Se realmente o Xeque árabe
adquirir o fusquinha, melhor que ele abasteça pelo Uruguai mesmo, porque se
atravessar a fronteira do Brasil já vai pegar o aumento dos combustíveis. Aí
não sei se ele conseguirá pagar.
Guilherme Augusto
Santana
Goiânia, 07/11/14
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