sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

a cerveja da paz


A cerveja da paz

                 

            Essa semana estava eu com queridos amigos degustando algumas cervejas especiais em uma casa especializada no centro da cidade como é de costume no final do ano. Estabelecimento ainda novo com atendimento personalizado, daqueles que o dono vai as mesas fazer as honras da casa. Os garçons muito bem treinados sobre as características da bebida como acidez, toque, fermentação, corpo e outros conceitos que vão se embaralhando no decorrer da degustação. Numa dessas demonstrações, foi levada até a mesa uma cerveja, que eu não conhecia, e entre explicações mil o apresentador falou que era a cerveja preferida do Presidente Barak Obama. Pronto. Lembrei-me que naquele dia coincidentemente, havia sido dado o primeiro passo para a quebra do embargo econômico a Cuba prestado pelos Estados Unidos desde o ano de 1962. Mais de meio século de uma celeuma que marcou a História mundial. Episódios como a Guerra dos Mísseis que quase eclodiu na 3ª Guerra Mundial e a invasão frustrada a Baia dos Porcos permeada por personagens controversos e nada ortodoxos como Fidel Castro, JFK, Che Guevara e Reagan levaram o mundo exaustivas vezes a discutir e refletir sobre quão pode ser danoso a diferença de pensamentos políticos econômicos. Uma nação, no caso cubano, que ficou à margem do desenvolvimento mundial dependendo exclusivamente das migalhas jogadas pela antiga União Soviética sendo utilizada como joguete de uma guerra fria que já teve seu fim decretado há tempos. Uma nação, no caso americano, que foi mostrando cada vez mais seu imperialismo e colhendo ódio e desentendimento de grande parte das nações livres trazendo contra si as sequelas do revanchismo dos mais radicais. Sem fazer juízo de valor de erros e acertos porque em vários pontos do enredo todos estavam errados sempre, vimos uma novela se estender por mais de cinquenta anos e hoje, em pleno século vinte e um, nos parecer filme antigo em preto e branco. Fato consumado. Alguém precisava dar capítulo final a essa história. Coube ao Presidente Obama pelo lado americano e Raul Castro pelo lado cubano o aperto de mão final fechando um ciclo de suas histórias que entendemos não precisar se repetir. Se valer a sugestão para selar esse entendimento sem precedentes, Obama poderia chamar Raul para uma cerveja de sua predileção. Fica a dica. Aquela mesma que me foi oferecida no começo do texto. Eu aceitei o oferecimento e brindei. Não a paz mundial, que é desejo óbvio de miss, mas ao bom senso que entendo existir no interior de cada homem e que deve prevalecer sempre.   

 

 

Guilherme Augusto Santana

Goiânia, sexta feira 19 de dezembro de 2014


 

 

quer conhecer a cerveja preferida do Obama?
 

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