A cerveja da paz
Essa
semana estava eu com queridos amigos degustando algumas cervejas especiais em
uma casa especializada no centro da cidade como é de costume no final do ano.
Estabelecimento ainda novo com atendimento personalizado, daqueles que o dono
vai as mesas fazer as honras da casa. Os garçons muito bem treinados sobre as
características da bebida como acidez, toque, fermentação, corpo e outros
conceitos que vão se embaralhando no decorrer da degustação. Numa dessas
demonstrações, foi levada até a mesa uma cerveja, que eu não conhecia, e entre
explicações mil o apresentador falou que era a cerveja preferida do Presidente
Barak Obama. Pronto. Lembrei-me que naquele dia coincidentemente, havia sido
dado o primeiro passo para a quebra do embargo econômico a Cuba prestado pelos
Estados Unidos desde o ano de 1962. Mais de meio século de uma celeuma que
marcou a História mundial. Episódios como a Guerra dos Mísseis que quase
eclodiu na 3ª Guerra Mundial e a invasão frustrada a Baia dos Porcos permeada
por personagens controversos e nada ortodoxos como Fidel Castro, JFK, Che
Guevara e Reagan levaram o mundo exaustivas vezes a discutir e refletir sobre
quão pode ser danoso a diferença de pensamentos políticos econômicos. Uma
nação, no caso cubano, que ficou à margem do desenvolvimento mundial dependendo
exclusivamente das migalhas jogadas pela antiga União Soviética sendo utilizada
como joguete de uma guerra fria que já teve seu fim decretado há tempos. Uma
nação, no caso americano, que foi mostrando cada vez mais seu imperialismo e
colhendo ódio e desentendimento de grande parte das nações livres trazendo
contra si as sequelas do revanchismo dos mais radicais. Sem fazer juízo de
valor de erros e acertos porque em vários pontos do enredo todos estavam errados
sempre, vimos uma novela se estender por mais de cinquenta anos e hoje, em
pleno século vinte e um, nos parecer filme antigo em preto e branco. Fato
consumado. Alguém precisava dar capítulo final a essa história. Coube ao
Presidente Obama pelo lado americano e Raul Castro pelo lado cubano o aperto de
mão final fechando um ciclo de suas histórias que entendemos não precisar se
repetir. Se valer a sugestão para selar esse entendimento sem precedentes,
Obama poderia chamar Raul para uma cerveja de sua predileção. Fica a dica. Aquela
mesma que me foi oferecida no começo do texto. Eu aceitei o oferecimento e
brindei. Não a paz mundial, que é desejo óbvio de miss, mas ao bom senso que entendo
existir no interior de cada homem e que deve prevalecer sempre.
Guilherme Augusto
Santana
Goiânia, sexta feira 19 de dezembro de 2014
quer conhecer a cerveja preferida do Obama?
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