sexta-feira, 11 de setembro de 2015

veja bem


Veja bem

           

           

Veja bem. Vamos lá. Devido ao grande fluxo de reclamações em relação à situação atual do país, nós fomos convidados a participar com a solução. Faz de conta que assumimos o papel de juiz supremo. Toda decisão depende de nós. Tipo Todo Poderoso. Prontos para o exercício? Primeiramente vamos destituir a Presidenta. Ela anda muito esquecida, teimosa e condescendente com a corrupção (para não dizer participante). E ainda tem os discursos catastróficos e as frases de efeito negativo. Nosso ouvido não é penico. No lugar dela assume o Vice do PMDB. Que não é unanimidade nem dentro do próprio partido. Além de que se pensarmos bem, o PT, saindo da cadeira de Presidente passa a fazer jogo duro. E isso o PT sabe fazer como ninguém. Pensem na governabilidade. PMDB que não une em torno do Vice e o PT em debandada geral. Não funciona. Passemos a cadeira para o próximo na linha sucessória. Presidente da Câmara. Acusado de corrupção. Quase um déspota (as vezes usarei eufemismos para não fazer juízo de valor e tentar não polemizar). Presente na lista dos dez mais odiados do país. Melhor não. Anda a fila. O próximo a assumir a cadeira seria o Presidente do STF. Sabem quem é né? Pois é. Alguém o quer? Não né. Então quem é o próximo? Nova eleição? Intervenção militar? Melhor não. Vamos deixar a Presidenta na cadeira e tentar achar uma outra solução. Pois bem o país precisa resolver a questão do déficit. Leia-se arrecadar mais que gastar. Partimos pelo mais difícil. Cortar gastos. Vamos cortar o número de Ministérios ao meio e mandar metade dos comissionados para o olho da rua. Nesse caso perderemos o apoio de todos os partidos da base. Além de que se fizermos as contas isso não refresca muito o rombo. O grosso do gasto público está em investimentos, previdência, programas sociais, educação e saúde. Sendo que esses dois últimos são verbas carimbadas. Então deixemos de lado e partamos para os outros. Cortaremos os gastos da previdência e programas sociais. Então seremos conhecidos como carrascos dos pobres e desafortunados, além de usurpadores de velhinhos aposentados. Seremos enforcados em praça pública. Melhor não. Então cortemos investimentos. Nesse caso o país para de vez. Sem infraestrutura, sem produção, sem exportação, sem empregos, sem vendas, sem recolhimento de impostos. Menos faturamento maior déficit. Não resolve. Opa! Aumentar a base de tributação! Precisamos incentivar o consumo. Carros, linha branca e construção civil. Linha de crédito e juros baixos. O povo consome muito e a indústria vende muito e nós arrecadamos muito imposto. Mas como não temos investimento em infra e formação de pessoal as indústrias não conseguem produzir o suficiente. Muita gente para comprar com poucos produtos a disposição. O que acontece? Inflação. Melhor não. Então vamos aumentar os impostos! Pronto! Solução simplista e rápida. Igual na época de Tiradentes. Derrama. Se bem que nossa carga tributária está bem superior ao quinto instituído pelo Rei de Portugal. Aumenta os impostos aumenta o que? Sonegação. Aumenta o que? Informalidade. Diminui o que? Arrecadação. Vixe. E agora? E agora que entra o cerne da questão. Veja bem. Não existe solução única, simplista e mágica. Ao invés de querermos todos dar pitaco em assuntos que muitas vezes não dominamos, façamos a nossa parte. A decisão depende só de nós. Consciência política para colocar as pessoas certas para nos governar. Cobrança veemente em cima dos nossos representantes. Trabalhar e produzir riquezas. Formar cidadania nas gerações futuras. Simples? Não. Extremamente complexo. Mas ou é isso ou vamos de Raul:

 

A solução pro nosso povo eu vou dá

Negócio bom assim ninguém nunca viu

Tá tudo pronto aqui é só vim pegar

A solução é alugar o Brasil!...”         

 

 

        

 

Guilherme Augusto Santana

Goiânia, 11/09/15

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