sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

a política e a educação


A política e a educação

 

            Voltando da escola com os meninos para o almoço nos apegamos a uma estação de rádio que falava sobre o assunto da semana. O impeachment da Presidenta da República. Eu escutava displicentemente o debate pois tratava-se de assunto requentado, e supunha que as crianças estavam entretidas com os gibis que carrego no carro para esse fim, quando a filha mais velha me perguntou do que se tratava. Primeiro que quando uma criança faz uma pergunta tem-se toda uma tática para responde-la. Faz-se uma repergunta para saber exatamente qual a dúvida para evitar de responder em excesso ou errado. Mas não teve jeito. Como explicar para uma criança de dez anos toda a complexidade do processo político brasileiro? Como fazer isso sem ser tendencioso no raciocínio? Como fugir para as colinas? Pois bem, passada a vontade de fingir de morto comecei explicando o significado da palavra impeachment e discorri sobre o rito que esse processo ensejaria. Expliquei os motivos alegados para o afastamento e aproveitei para linkar com um conceito que ela dominava: O valor da palavra. Expliquei que as acusações tinham a ver com o não cumprimento da palavra por parte da acusada. Tudo muito simples para não complicar e nem criar fantasmas naquela mente em formação. Foi quando ela perguntou, em caso de afastamento do Presidente, quem assumiria o cargo. Expliquei que era o Vice Presidente e foi então que veio a indagação mortal:

- Papai, mas o Vice Presidente cumpre o que ele promete?

Bem... olha... não é bem assim... veja bem meu bem... E nessa hora não soube se a minha resposta seria bem aceita ou compreendida. Desviei do foco principal e procurei leva-la a refletir que isso servia de exemplo para sua conduta e o valor que dava nas palavras proferidas. E mais uma vez entendi que apesar de ser o maior clichê, a educação continua sendo nossa única esperança. Quando nos deparamos com tamanha cena de caos moral em nossa humanidade tenho cada dia mais certeza que só as gerações vindouras poderão alentar o mundo. Mas cabe a nós, que temos essa nova geração nas mãos, educa-la e infundir em suas mentes férteis conceitos de bem. Sempre escutei que os jovens são a geração do futuro e a esperança de dias melhores para a humanidade. Mas se não os educarmos para isso, se portarão exatamente como as atuais gerações se comportam. Não tenham dúvida do poder do exemplo.              

             

Guilherme Augusto Santana

Goiânia, sexta feira 04 de dezembro de 2015

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