Quem
tem medo do Halloween?
Não
deixa de me impressionar nunca, a capacidade que as pessoas têm de criar
polêmica. Em tempos de redes sociais então... parece gasolina em fogueira. Todo
ano quando culminamos o mês de outubro começam as postagens sobre o halloween.
A favor e contra. Invocam o saci, o papai noel, a mula sem cabeça, o curupira,
os vampiros, as múmias e dezenas de outros mais para defender uma tese. Todos
têm uma tese. De festa já incorporada a cultura brasileira até estrangeirismo
imposto pelo colonialismo americano. Eu de cá da minha análise, só fico
observando e rindo. Gargalho de ver o embate de opiniões efusivas em cima de um
tema totalmente, a meu ver, insuficiente de conteúdo e propósito. Ou seja, acho
uma perda de tempo incrível. Estamos importando tradições de outros países? A
resposta é sim, mas o papai noel está aí para comprovar que certos cenários são
universais e dificilmente os povos conseguem blindagem contra eles. E
convenhamos, ninguém mais se lembra que o bom velhinho foi criado para fazer
propaganda da Coca Cola (que é um patrimônio mundial). Essa importação mata a
nossa cultura? Acho difícil. Apesar de sermos uma nação nova que incorporou
pedaços de culturas de outros povos, já temos uma história bem solidificada. Por
isso não se reocupem que o saci que com certeza sobreviverá.
Ao
final conto como funcionou comigo. Há uns três anos me fantasiei de coveiro
(que na verdade representava meu ofício à época) e brinquei com meus filhos e
vizinhos de condomínio. Sem maiores pretensões. Foi lúdico e divertido. Eles
gostaram. Pediram que no outro ano fizesse novamente. Assim eu atendi com uma fantasia
diferente. E assim se criou uma pequena tradição. Sem culto às imagens ou
assassinatos de culturas. Tudo divertido, que no meu ponto de vista, é o
objetivo a ser alcançado. Esse ano ficaram na apreensão para saber de qual
personagem eu me vestiria. Juntou-se a meninada, e alguns adultos curiosos, na
porta de casa. Ao som de thriller de Michael Jackson um lobisomem correu a
assusta-los, apesar de já saberem de antemão que não passariam ilesos de um
pequeno susto. E enquanto alguns se preocupavam em analisar a influência
nefasta, ou não, do halloween, nós nos preocupávamos em nos divertir e comer
doces. É claro.
Guilherme
Augusto Santana
Goiânia, sexta feira 04 de novembro de
2016
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