sexta-feira, 4 de novembro de 2016

quem tem medo do halloween?


Quem tem medo do Halloween?

 

 

          Não deixa de me impressionar nunca, a capacidade que as pessoas têm de criar polêmica. Em tempos de redes sociais então... parece gasolina em fogueira. Todo ano quando culminamos o mês de outubro começam as postagens sobre o halloween. A favor e contra. Invocam o saci, o papai noel, a mula sem cabeça, o curupira, os vampiros, as múmias e dezenas de outros mais para defender uma tese. Todos têm uma tese. De festa já incorporada a cultura brasileira até estrangeirismo imposto pelo colonialismo americano. Eu de cá da minha análise, só fico observando e rindo. Gargalho de ver o embate de opiniões efusivas em cima de um tema totalmente, a meu ver, insuficiente de conteúdo e propósito. Ou seja, acho uma perda de tempo incrível. Estamos importando tradições de outros países? A resposta é sim, mas o papai noel está aí para comprovar que certos cenários são universais e dificilmente os povos conseguem blindagem contra eles. E convenhamos, ninguém mais se lembra que o bom velhinho foi criado para fazer propaganda da Coca Cola (que é um patrimônio mundial). Essa importação mata a nossa cultura? Acho difícil. Apesar de sermos uma nação nova que incorporou pedaços de culturas de outros povos, já temos uma história bem solidificada. Por isso não se reocupem que o saci que com certeza sobreviverá.

          Ao final conto como funcionou comigo. Há uns três anos me fantasiei de coveiro (que na verdade representava meu ofício à época) e brinquei com meus filhos e vizinhos de condomínio. Sem maiores pretensões. Foi lúdico e divertido. Eles gostaram. Pediram que no outro ano fizesse novamente. Assim eu atendi com uma fantasia diferente. E assim se criou uma pequena tradição. Sem culto às imagens ou assassinatos de culturas. Tudo divertido, que no meu ponto de vista, é o objetivo a ser alcançado. Esse ano ficaram na apreensão para saber de qual personagem eu me vestiria. Juntou-se a meninada, e alguns adultos curiosos, na porta de casa. Ao som de thriller de Michael Jackson um lobisomem correu a assusta-los, apesar de já saberem de antemão que não passariam ilesos de um pequeno susto. E enquanto alguns se preocupavam em analisar a influência nefasta, ou não, do halloween, nós nos preocupávamos em nos divertir e comer doces. É claro.                  

 

 

Guilherme Augusto Santana

Goiânia, sexta feira 04 de novembro de 2016

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