sexta-feira, 9 de março de 2012

O pé na bunda da discórdia

Amigos leitores

Quero saber cadê a meia entrada para os coveiros!


O pé na bunda da discórdia





         Minha sábia mãezinha diz uma frase que se encaixa bem no assunto da crônica de hoje: “É feio, mas é meu!”. Isso se referindo aos filhos. Dela logicamente. Trocando em miúdos, o que ela quer dizer é que os filhos podem ter todos os defeitos do mundo, mas não deixam de ser seus filhos. E tem mais. Ela sabe quais são seus defeitos. Mas ai de quem apontar o dedo para os tais. Ela pode falar. Os outros não. E penso que a maioria das mães e pais é assim. Não aceitam que falem mal de seus filhos. Independente dos defeitos dos mesmos. E assim está acontecendo com a novela Copa do Mundo de 2014. O que isso tem há ver? Prestem atenção e tirem suas conclusões.

                 

         Nos últimos episódios da novela mexicana que está se tornando a Copa do Mundo do Brasil, as partes se exaltaram e partiram para a agressão verbal. Como é sabido de todos, o Secretário Geral da FIFA Jerome Valcke, fez uma declaração no mínimo desastrosa de que o Governo Brasileiro precisava de um “pé na bunda” para acelerar os preparativos para a Copa. Não vou entrar no mérito se a tradução foi equivocada ou se isso foi desculpa para boi dormir, mas que o Sr. Valcke extrapolou, isso sim é verdade. Extrapolou em questões diplomáticas, que digam-se de passagem, deveria ser o forte dele. Não se dá esse tipo de declaração no meio diplomático internacional. Errou o cidadão. Agora vamos olhar sob o ponto de vista do brasileiro. Francês metido a besta esse heim? Vai dar chute na bunda da sua mãe! Estão vendo onde entra a frase da minha sábia mãezinha. Olha Sr. Secretário Geral, o país tem seus defeitos, mas é nosso! Não aceitamos que ninguém diga como devemos proceder. Ainda mais um francês! Nojento! Pior só se fosse um argentino. Aí já seria demais né?



         Agora vejamos o lado B da coisa. Como brasileiros podemos fazer essa análise. Lembre-se que o pai pode apontar os defeitos do filho. E como cidadão brasileiro que sou, o farei. Não para justificar a atitude de Valcke, mas para realizar uma autocrítica. Nosso governo merecia um pé na bunda mesmo né não? Vai enrolar com um assunto assim lá na baixa da égua! Essa Lei Geral da Copa tá parecendo parto de burro. Nunca vi tanto palpite. É ingresso para índio, estudantes, idoso brasileiro, idoso estrangeiro, trabalhadores dos estádios, coveiros... (vai que cola né?). Vamos ser sinceros? Ô mania de brasileiro de querer fazer cortesia com o chapéu dos outros! Tudo é motivo para politicagem. Tudo é motivo para complicação. Tudo é motivo para corrupção. Com bebida, sem bebida. Com Morumbi, sem Morumbi. Com Teixeira, sem Teixeira (melhor sem). Entendo as questões de soberania do país e acho que elas devem ser respeitadas, mas entendo que está havendo uma supervalorização no nosso status. Vamos ser sinceros? Nós não estamos com essa bola toda no futebol mundial. Aliás, agora que estamos entendendo porque a última Copa no Brasil foi realizada em 1950. Será que não aprendemos nada de lá para cá? Quem sabe na Copa de 2078...  





   

Guilherme Augusto Santana

Goiânia, sexta feira 09 de março de 2012

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