sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

os anais da História


Os anais da História

         

         

Diante desse reboliço político econômico que vivemos na atualidade brasileira, as vezes me pego pensando como isso será escrito na História daqui um tempo. Perco-me em imaginar o que os filhos dos meus filhos lerão nos livros, ou tablets, ou o que valha na época, sobre esse período histórico efervescente. Poucas pessoas conseguem se abstrair do presente e valorar com precisão o real impacto dos fatos no futuro. A operação Lava jato é um exemplo disso que falo. Muito se escuta, inclusive proferido pela minha boca, que se trata de algo sem precedentes na História do país. Mas conseguimos auferir o real tamanho do impacto disso nas gerações futuras. Será que no ano de 2090 alguém lerá nos livros que metade da população do país foi presa por envolvimento direto ou indireto nessa operação? Ou lerá que a grande maioria das empreiteiras foi levada a falência e com isso a taxa de desemprego beirou os 50%? Ou pode ser lido que o índice de corrupção se adequou aos níveis dos países nórdicos. Por que não? Pode ser também retratado que o país devido ao sistema político falido tenha voltado ao regime monárquico. Ou ao regime parlamentarista. Ou ainda ao regime anárquico. Tudo é possível. Será que associarão a fase pós Real como a ascensão do país ao olimpo da economia mundial ou compararão a uma ilha de otimismo que foi na era JK?  E quanto aos protagonistas do nosso cenário nacional? O que será escrito sobre eles? Joaquim Barbosa e sua capa de Batman ou o ostracismo numa lápide de cemitério? Sérgio Moro e sua espada justiceira ou mais uma vítima da espada da justiça? A primeira Presidenta brasileira e sua volta por cima ou mais um Presidente a sofrer o impeachment? Será o último Presidente da República? Não sei. Porém de todos esses personagens o que me detenho em maior curiosidade é o ex Presidente Lula. Gostaria de ter uma máquina do tempo para saber o que será escrito sobre ele daqui a um século. De vilão a esperança. De esperança a redentor. De redentor a vilão. E daqui a 100 anos? Nem imagino. Infelizmente, ou felizmente, não temos essa capacidade precisa de futurologia. E talvez se tivéssemos não nos esforçaríamos tanto em raciocinar sobre a nossa postura e nossas atitudes. Bastaria então saber o que demandaria no futuro e corrigir o rumo do presente. Fácil demais. Nesse ponto a sabedoria divina é “pleonasticamente” sábia. Sendo assim tratemos, pois, de escrever o presente com a inteligência que nos foi franqueada pelo Criador, para que nossos herdeiros tenham a oportunidade de ter futuro. É o que nos resta. É o que nos compete.      

 

              

Guilherme Augusto Santana

Goiânia, sexta feira 26 de fevereiro de 2016

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